O n�mero de pessoas que n�o trabalham nem procuram emprego (chamadas inativas ou economicamente n�o ativas) aumentou 30,6% em nove anos e chegou a 51,1 milh�es em 2013, segundo dados da S�ntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), divulgados nesta quarta-feira. Foi um aumento proporcional bem mais significativo do que a popula��o economicamente ativa (que trabalha ou est� em busca de ocupa��o), que cresceu 13,6% e chegou a 101,9 milh�es de pessoas. A popula��o em idade ativa, de 16 anos ou mais de idade, cresceu 18,7% e era de 153 milh�es em 2013.
A tend�ncia de aumento da popula��o fora do mercado de trabalho se manteve ao longo de 2014, como mostram as Pesquisas Mensais de Emprego (PMEs), tamb�m divulgadas pelo IBGE, com foco nas seis maiores regi�es metropolitanas. Al�m da amplia��o do mercado de trabalho, com maior oferta de vagas no per�odo de 2004 a 2013, o aumento da popula��o n�o economicamente ativa ajuda a manter os baixos n�veis de desemprego. Isso porque diminui o universo de pessoas que procuram emprego. A taxa de desocupa��o no pa�s caiu de 8,7% para 6,4% em nove anos.
O n�mero absoluto de pessoas ocupadas cresceu 16,5% em nove anos e alcan�ou 95,4 milh�es. O contingente de desocupados cresceu um pouco mais, 17,2%, e chegou a 6,5 milh�es.
Jovens
Os jovens s�o os mais impactados pelo desemprego. Na faixa de 16 a 24 anos, os desocupados chegavam a 14,8% em 2013. Segundo t�cnicos do IBGE, a press�o de jovens no mercado de trabalho � decorrente do fen�meno demogr�fico de aumento da faixa et�ria da popula��o, mas tamb�m mostra que a economia n�o tem sido capaz de absorver essa nova for�a de trabalho.
V�rios fatores contribuem para o aumento das pessoas que n�o fazem parte da for�a de trabalho. Uma explica��o � o aumento da renda das fam�lias, que faz com que jovens decidam elevar o per�odo de estudos antes de come�ar a trabalhar. Tamb�m idosos que j� se aposentaram n�o veem necessidade de voltar ao mercado. H� ainda o desalento de pessoas que n�o acreditam que encontrar�o emprego e desistem de tentar se inserir no mercado.
As boas not�cias sobre o acesso dos pobres � universidade n�o atenuam outros fen�menos j� detectados em pesquisas anteriores do IBGE, como o contingente de jovens que n�o estudam nem trabalham, conhecidos como "gera��o nem nem". Uma em cada cinco pessoas (20,3%) de 15 a 29 anos estava nessa condi��o em 2013. S�o 9,949 milh�es de jovens. No ano anterior, o porcentual era semelhante: 19,7%.
Os n�meros mostram que nem todos os integrantes da "gera��o nem nem" est�o acomodados nesta condi��o: 26,3% dos jovens que n�o estudam nem trabalham est�o procurando emprego. Essa propor��o � bem maior entre os homens (36,6%) que entre as mulheres (21,6%).
Em n�meros absolutos: 7,332 milh�es de jovens n�o estudam, n�o trabalham e n�o procuram emprego e s�o chamados "nem nem". Outros 2,617 milh�es est�o fora do mercado de trabalho e das salas de aula, mas procuram emprego.
A maior concentra��o de "nem nem" � mulher, vive no Nordeste, tem entre 18 e 24 anos, � parda, na classifica��o de ra�a, e tem em m�dia 8,6 anos de estudo. No total de jovens de 15 a 29 anos, a m�dia � de 9,4 anos de estudos. Entre os que estudam e trabalham, chega a 10,4 anos.
Mais da metade (57%) das mulheres que n�o estudam nem trabalham tem pelo menos um filho e a presen�a das crian�as � um fator de impedimento para que exer�am alguma atividade al�m das tarefas dom�sticas. Em outro corte, o IBGE estudou a popula��o de 16 a 24 anos n�o economicamente ativa (n�o trabalha nem procura emprego). Quatro em cada dez jovens nessa situa��o n�o estavam no sistema de ensino, ou seja, n�o trabalham, n�o procuram emprego e n�o estudam. S�o 4,6 milh�es de pessoas.
Curso superior
A combina��o de aumento da renda e da escolaridade, cria��o de programas de inclus�o de jovens pobres nas universidades e implementa��o do sistema de cotas raciais est� aos poucos mudando o perfil dos alunos de ensino superior no Pa�s. A faixa de mais alta renda come�a a dar espa�o para os mais pobres, embora as diferen�as ainda sejam gritantes, aponta o IBGE.
Em 2004, os 20% mais ricos do Pa�s eram 55% dos universit�rios da rede p�blica e 68,9% da rede particular. Em 2013, essas propor��es ca�ram para 38,8% e 43%, respectivamente. Os 20% mais pobres, que eram apenas 1,7% dos universit�rios da rede p�blica, chegaram a 7,2%. Na rede privada, a presen�a ainda � t�mida, mas crescente: passou de 1,3% para 3,7%. A propor��o de estudantes de 18 a 24 anos que est�o na universidade saltou de 32,9% em 2004 para 55% em 2013.
No cen�rio internacional, por�m, o Brasil ainda n�o tem o que comemorar. A propor��o de pessoas com idade entre 25 e 34 anos com curso superior completo � de apenas 15,2%, inferior a pa�ses latino americanos como M�xico (24,1%) e Chile (22,5) e muito abaixo dos campe�es Coreia do Sul (65,7%), Jap�o (58,6%) e Canad� (57,3%), segundo dados da Organiza��o para Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) comparados pelo IBGE.