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Estado de Minas

Programas sociais elevaram renda dos mais pobres, segundo o IBGE

Embora os n�meros mostrem o alto grau de depend�ncia das fam�lias muito pobres dos programas sociais, t�cnicos do IBGE destacam que o aumento do peso dos benef�cios no conjunto da renda das fam�lias pobres n�o significou abandono de emprego


postado em 17/12/2014 10:31 / atualizado em 17/12/2014 11:06

(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

Dados da S�ntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgados nesta quarta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) mostram o peso crescente do Bolsa Fam�lia e outros programas sociais no conjunto da renda dos mais pobres. Enquanto em 2013 o trabalho era respons�vel por 77,2% da renda da popula��o total, nas fam�lias com renda per capita de at� um quarto do sal�rio m�nimo o peso dos sal�rios era bem menor, de 57%. Na outra ponta, as "outras fontes" (programas sociais, alugu�is, investimentos) representavam apenas 4,5% no rendimento do total da popula��o e chegaram a 37,5% entre os muito pobres. Em 2004, as "outras fontes" representavam 20,3% do total de rendimentos das fam�lias de menor renda, ou seja, o peso quase dobrou em nove anos (aumento de 85%).

Como na popula��o pobre praticamente n�o h� renda oriunda de alugu�is e aplica��es financeiras, os programas sociais s�o os respons�veis pelas "outras fontes". Aposentadorias e pens�es representavam, em 2013, 18,3% da renda do total de fam�lias brasileiras e apenas 5,5% dos extremamente pobres.

Os benef�cios governamentais foram tema de duros embates na campanha presidencial. A situa��o acusava os advers�rios de planejarem o fim dos programas, e a oposi��o dizia que o governo se "contenta" com a transfer�ncia direta de dinheiro aos pobres. O per�odo pesquisado pelo IBGE vai do segundo ano do governo de Luiz In�cio Lula da Silva (2004) ao terceiro ano do governo Dilma Rousseff (2013), quando os programas sociais foram aprimorados e estendidos.

Embora os n�meros mostrem o alto grau de depend�ncia das fam�lias muito pobres dos programas sociais, t�cnicos do IBGE destacam que o aumento do peso dos benef�cios no conjunto da renda das fam�lias pobres n�o significou abandono de emprego. "Houve uma reorganiza��o das fontes de rendimento. A redu��o da participa��o do rendimento do trabalho n�o significa aumento da taxa de desocupa��o, tanto que os n�veis de ocupa��o s�o crescentes no pa�s. A ideia da transfer�ncia de renda � prevenir a situa��o da pobreza e ter oportunidade de, por exemplo, recusar trabalhos degradantes. A ideia da prote��o social � que o bem-estar da fam�lia n�o seja dependente apenas do mercado de trabalho. Mas � claro que a renda do trabalho � bem maior e � muito melhor receber um sal�rio do que o benef�cio da transfer�ncia de renda", diz a pesquisadora do IBGE Barbara Cobo.

O maior peso dos programas sociais est� no Nordeste, regi�o que concentra maior propor��o de pobres. No Piau�, os benef�cios j� s�o mais da metade (53,2%) do conjunto da renda das fam�lias em que cada pessoa recebe at� um quarto do sal�rio m�nimo (R$ 169,50 mensais em 2013). O trabalho tem peso de 45,5% na renda da popula��o pobre do Estado. Aposentadorias e pens�es representam 1,3%.

Ricos versus pobres


A SIS mostra que, apesar da redu��o da desigualdade, o abismo entre ricos e pobres diminui muito lentamente no Brasil. Os 10% mais ricos det�m 41,7% do total da renda do Pa�s, enquanto os 10% mais pobres se apropriam de apenas 1,2% do conjunto de rendimentos. Em um cen�rio totalmente igualit�rio, cada grupo teria 10% da renda total. Em 2004, as propor��es eram de 45,3% para os mais ricos e 1% para os mais pobres.

Em 2013, os 20% mais ricos tinham renda m�dia familiar de R$ 3.215 mensais por pessoa, 15,7 vezes maior que os R$ 204 mensais que cabiam aos 20% mais pobres. Ou seja: se poupassem toda a renda, os mais pobres levariam um ano e tr�s meses para atingirem o ganho de um m�s dos mais ricos.

A dist�ncia brutal se repete no acesso a bens. Enquanto apenas 19,6% dos mais pobres vivem em domic�lios com computadores, a propor��o chega a 81,6% entre os mais ricos. Menos de um quarto (23,9%) dos pobres vivem em resid�ncias com m�quina de lavar, propor��o que sobe para 86,6% entre os mais ricos. Fog�o, geladeira e televis�o s�o os bens dur�veis mais "democr�ticos", presentes nas casas de mais de 90% da popula��o, independentemente da renda.


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