A economista Monica Baumgarten de Bolle, pesquisadora do instituto Wilson Center em Washington, disse ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mostrou "grande empenho na melhora das contas p�blicas" em seu discurso durante cerim�nia de transmiss�o de cargo em Bras�lia. Ela tamb�m afirmou que foi positivo o fato de Levy ter destacado que a gest�o fiscal precisa de maior transpar�ncia, obedecendo princ�pios marcados por regras claras, o que ajudar� a retomar a confian�a de agentes econ�micos e elevar os investimentos. "No entanto, faltou o an�ncio de medidas para explicar como ocorrer� a melhora da rela��o entre despesas e receitas neste ano", ponderou.
Na avalia��o de Monica de Bolle, o esfor�o fiscal que a nova equipe da Fazenda tem a fazer ser� grande, pois h� uma perspectiva de que os restos a pagar herdados de 2014 fiquem pr�ximos a R$ 36 bilh�es. "Como h� uma inten��o do governo de gerar uma economia do Or�amento de R$ 66 bilh�es, se os dois valores forem somados, isso poder� representar R$ 102 bilh�es, um montante muito expressivo", disse.
"Eu acredito que o super�vit prim�rio dever� ficar perto de 1% do PIB neste ano, o que ser� muito bom, dado que no ano passado foi registrado um d�ficit prim�rio e a economia apresentar� um ritmo muito fraco no bi�nio 2014/2015", comentou a economista. "Com ajuste fiscal, o Brasil conseguir� manter o grau de investimento em 2015."
De acordo com a acad�mica, al�m de corte de despesas, o ajuste fiscal muito provavelmente contar� com aumento de receitas, especialmente porque o PIB neste ano ser� fraco, podendo ser nulo ou at� levemente negativo. Ela acredita que pode haver uma recomposi��o da Cide Combust�veis e do IPI, al�m de ser descartado qualquer aumento do volume de recursos dedicados �s desonera��es tribut�rias.
Para Monica de Bolle, contudo, o epis�dio que envolveu o pedido da presidente Dilma Rousseff para que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, corrigisse uma declara��o sobre proposta de nova regra do sal�rio m�nimo para 2016 a 2019 "elevou a d�vida" sobre se a corre��o da pol�tica macroecon�mica ser� mantida no longo prazo. "Para 2015, h� a tentativa de mudan�a. Mas ser� que o governo vai perseverar nessa posi��o em 2016?", questiona.