O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, evitou nesta segunda-feira, comentar sobre o prazo para que a infla��o volte ao centro da meta, de 4,5%. "Eu n�o vou exatamente falar sobre meta de infla��o, at� porque estou nesse pr�dio (do Banco Central, onde ocorreu sua transmiss�o de cargo)", disse. Levy acredita que a infla��o ir� convergir para o centro da meta muito antes de 2017, mas afirmou que isso depende das a��es do BC. A autoridade monet�ria trabalha com o IPCA no centro da meta no final de 2016.
Levy afirmou que o governo j� come�ou a adotar as medidas de ajuste fiscal, iniciando pelo lado dos gastos. Na primeira entrevista no cargo, ele citou a remodelagem das taxas de juros das linhas do BNDES, que, segundo ele, "foi uma coisa importante", e os ajustes para conter excessos na concess�o de pens�es e o seguro-desemprego.
"S�o ajustes importantes para a economia e favor�veis � pr�pria din�mica do mercado de trabalho", comentou. Levy destacou que o governo come�ou os ajustes pelo lado dos gastos, mas sugeriu que medidas podem ser tomadas para aumentar as receitas. "A gente deve considerar alguns ajustes do lado da receita, principalmente onde h� sinaliza��o de que ajuda no tipo de transforma��o que a gente quer e ajuda na poupan�a e a fazer investimento", afirmou.
"O importante � que j� come�ou e, por um lado, � essencial para a economia funcionar bem", continuou. Levy afirmou que o controle das despesas p�blicas � importante para que, amanh�, n�o tenha que elevar ainda mais a carga tribut�ria. "S� se consegue estabilizar a carga tribut�ria quando o gasto tiver trajet�ria que d� conforto e facilite o crescimento econ�mico mais alto e que a trajet�ria do gasto se torne mais favor�vel", disse. O ministro afirmou que a estrat�gia ser� sempre de ajuste fiscal e de dar agilidade � economia e mais confian�a para investir.
Governadores
Levy disse ainda que manter� o "m�ximo" di�logo com governadores para negociar projetos em tramita��o no Congresso, como a renegocia��o da d�vida com a Uni�o. "Esse � um tema bastante complexo. N�o vou me adiantar", disse, afirmando que sua equipe ir� conversar com os Estados. Levy disse que esse � um tema acompanhado com aten��o at� fora do Brasil, por causa do impacto sobre a d�vida brasileira. "Nossas decis�es t�m que levar em conta o rating da nossa d�vida, que tem impacto muito grande em todo o setor privado. Tem que ser prioridade", afirmou.
Patrimonialismo
Levy disse tamb�m n�o ser inven��o sua a ideia de p�r um basta no sistema patrimonialista. "N�o � uma inven��o minha. Apenas estou ecoando pela afinidade do pensamento, do que foi colocado no discurso de diploma��o de algumas semanas atr�s. O que � isso, na verdade? Qual a distin��o entre patrimonialismo e a ant�tese: ter clareza nas regras. Todo mundo poder jogar no jogo e com as consequ�ncias de maior governan�a, de melhora, aquilo que foi colocado pela presidente", disse explicando o seu discurso.
Segundo ele, o Brasil tem maturidade e isso tem impacto tremendo na confian�a, em mais pessoas querendo tomar risco. "Quando voc� acha que tem chance, voc� tem muito mais vontade de fazer as coisas. Tem impacto tremendo na confian�a", completou. O ministro afirmou que o fim do patrimonialismo � a moderniza��o de uma sociedade, inclusiva, o que a presidente deixou muito claro: patrimonialismo n�o � compat�vel com sociedade inclusiva.