As montadoras "n�o pediram, nem v�o pedir" novas desonera��es ao governo, afirmou nesta quarta-feira, o presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Ele concordou quando uma pessoa comentou que, agora, os tempos s�o outros.
Assim, as 800 demiss�es na Volkswagen, que desataram uma greve no ABC paulista, n�o ser�o instrumento de press�o para medidas de socorro. Pelo contr�rio, ele procurou baixar a fervura em torno do assunto ao afirmar que as demiss�es ainda podem ser revertidas. As vagas, explicou, ser�o fechadas em fevereiro. "H� esse tempo de negocia��o poss�vel", afirmou. "Tenho convic��o que as partes chegar�o a um novo acordo."
Moan aproveitou a cerim�nia de posse de Armando Monteiro Neto no Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC) para conversar com o ministro do Trabalho, Manoel Dias. O caso da Volks vem sendo tratado como localizado.
"N�o tenho informa��o de nenhuma outra associada nessa situa��o", disse. O que h�, explicou, � "um processo natural de ajuste da crise c�clica pela qual o setor passa". As montadoras, segundo ele, sofreram uma redu��o de mais de 40% nas exporta��es, o que gerou uma queda da produ��o em torno de 15%. O quadro n�o mudar� t�o rapidamente. "Devemos enfrentar um primeiro semestre muito dif�cil em 2015, mas acredito que a situa��o vai melhorar um pouco no segundo semestre. Esperamos que, na m�dia, terminemos este ano ao menos iguais a 2014."
A Central �nica dos Trabalhadores (CUT), movimento sindical alinhado ao PT, procurou o Sindicato dos Metal�rgicos do ABC para oferecer "apoio irrestrito" � greve. Entretanto, a presidente Dilma Rousseff n�o deve receber press�o dos cutistas por socorro do governo ao setor. Ao contr�rio, todos os esfor�os ser�o concentrados para apertar as montadoras.
"Nenhum setor recebeu tantos incentivos do governo quanto o automotivo. Portanto, por enquanto, a discuss�o � apenas para que as empresas cumpram acordo de n�o demitir at� 2016. Agora, est�o dispensando os trabalhadores s� porque as vendas ca�ram no come�o do ano - o que � um fato que sempre acontece", disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" a vice-presidente da CUT, Carmen Foro.
