Apesar de o governo entender que "n�o h� crise" no setor automobil�stico, o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, recebe nesta ter�a-feira, representantes do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC Paulista, no Pal�cio do Planalto. Eles discutir�o com o governo as demiss�es feitas na Volkswagen e na Mercedes-Benz, na semana passada.
Rossetto disse que "n�o h� crise setorial nem estrutural" e que aposta no "entendimento entre montadoras e sindicatos", sem interfer�ncia direta do governo ou do Planalto. "N�s acreditamos no di�logo direto e permanente entre empresas e trabalhadores, neste momento", disse, durante caf� da manh� com jornalistas, ao informar sobre a reuni�o com representantes dos trabalhadores.
Para o ministro, "as demiss�es s�o uma situa��o claramente limitada a algumas ind�strias automobil�sticas". Foram 800 demiss�es na Volks e 244 na Mercedes. As dispensas dos funcion�rios foram anunciadas h� uma semana, quando cerca de 11 mil empregados voltavam de licen�a remunerada de quase 30 dias.
Segundo Rossetto, o governo "est� acompanhando" essas discuss�es entre Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea) e sindicatos. O ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Armando Monteiro, tamb�m j� conversou com representantes das empresas. "N�s estamos acompanhando e acreditamos que n�o h� uma crise setorial", insistiu o ministro, acrescentando que "n�o h� cen�rio que aponte para crise do setor automobil�stico" porque considera que tudo que o governo encontrou foram "situa��es limitadas e pontuais".
A Mercedes-Benz em S�o Bernardo do Campo emprega 11 mil pessoas, sendo que 1,2 mil estava em licen�a remunerada. Parte desses metal�rgicos foi demitida e outra parcela teve a licen�a renovada at� 30 de abril, segundo a empresa. J� a Volkswagen emprega 13 mil funcion�rios. Desde o ano passado, a empresa adota medidas como f�rias coletivas e suspens�o tempor�ria de contrato de trabalho (lay-off) na f�brica. Segundo a empresa, os funcion�rios demitidos entrar�o em licen�a remunerada por 30 dias e depois ser�o desligados.
O Sindicato dos Metal�rgicos quer apresentar ao governo medidas "em defesa do emprego", com a cria��o do "Programa de Prote��o ao Emprego", que prev�, entre outras coisas, a amplia��o do per�odo de lay-off. A legisla��o brasileira atual estabelece cinco meses como tempo m�ximo para o lay-off, mas a ideia � ampliar para at� dois anos, mesmo limite estabelecido pela legisla��o alem�, segundo a Anfavea. O ministro Rossetto, no entanto, n�o falou sobre medidas que seriam discutidas com os sindicalistas, limitando-se a informar que iria receb�-los para uma conversar.