O d�lar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira ap�s o Banco Central Europeu (BCE) anunciar um plano de est�mulo para economia. At� setembro de 2016, o BCE injetar� 60 bilh�es de euros por m�s nos pa�ses da Uni�o Europeia que adotam o euro como moeda. No total, a ajuda chegar� a 1,1 trilh�o de euros em um ano e nove meses. O BCE tamb�m decidiu manter os juros b�sicos em 0,05% ao ano, no n�vel mais baixo da hist�ria, para combater a defla��o.
A moeda norte-americana caiu 1,23% e fechou a R$ 2,5745 na venda, terceiro dia seguido de queda. Na v�spera, quando o Banco Central brasileiro elevou a Selic, a taxa b�sica de juros, em 0,50 ponto percentual, a 12,25%, o d�lar fechou a R$ 2,6066, em baixa de 0,32%.
Efeitos no Brasil
O est�mulo monet�rio anunciado hoje pelo BCE ter� reflexos positivos em pa�ses emergentes como o Brasil, dizem economistas. A ajuda, no entanto, s� chegar� no m�dio prazo, apenas quando os efeitos da inje��o de dinheiro na zona do euro se consolidarem e come�arem a ser sentidos.
O mecanismo da ajuda � semelhante ao do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), que injetou US$ 3,7 trilh�es entre 2008 e 2014 para ajudar a maior economia do planeta a se recuperar da crise. Por meio do est�mulo monet�rio, os bancos centrais emitem dinheiro para comprar t�tulos p�blicos de institui��es financeiras. A inje��o de dinheiro no mercado ajuda a manter os juros baixos e impulsiona os bancos a emprestar mais, ampliando o consumo e o investimento.
Apesar de o objetivo da medida ser a recupera��o da economia europeia, o economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, diz que o Brasil e os demais pa�ses emergentes ser�o beneficiados pelo est�mulo monet�rio. Segundo ele, os primeiros efeitos j� podem ser sentidos no mercado financeiro.
“O est�mulo monet�rio na zona do euro vai proporcionar maior fluxo de capital dispon�vel para os pa�ses emergentes no mercado global, reduzindo o custo dos financiamentos e facilitando a entrada de recursos no Brasil e em outros pa�ses emergentes”, destaca Agostini. “O mercado cambial fornece um term�metro simples. O euro caiu abaixo de R$ 3, e o d�lar ficou abaixo de R$ 2,60 logo ap�s o an�ncio da medida”, acrescenta.
Os efeitos na economia real dos pa�ses emergentes, no entanto, levar�o algum tempo para serem sentidos. Caso o est�mulo monet�rio d� certo, a recupera��o dos pa�ses da zona do euro pode estimular as exporta��es para o bloco econ�mico, melhorando o saldo comercial do Brasil com a regi�o.
Apesar das perspectivas promissoras para o com�rcio exterior, Agostini alega que os efeitos v�o demorar um pouco. “A compra de t�tulos p�blicos � o in�cio de um processo. Somente quando houver efeito mais consistente do est�mulo monet�rio na economia real da Uni�o Europeia, eles v�o consumir mais. Por enquanto, o an�ncio do Banco Central Europeu mexe mais com as perspectivas futuras de forma positiva”, explica.
O professor M�rcio Salviato, coordenador do curso de economia do Ibmec, acredita que os efeitos sobre a balan�a comercial ser�o limitados. Para ele, o efeito positivo se concentrar� nos setores da economia com maior abertura comercial com a Uni�o Europeia. “� importante lembrar que a Uni�o Europeia est� perdendo espa�o nas exporta��es brasileiras e n�o � um grande parceiro do Brasil. Os Estados Unidos e a R�ssia hoje t�m perspectivas mais promissoras que a zona do euro em rela��o ao com�rcio exterior”, declara. (Com Ag�ncia Brasil)