Fortaleza E S�o Lu�s, 30 - O an�ncio da Petrobras de que desistiu dos projetos das refinarias Premium I, no Maranh�o, e Premium II, no Cear�, provocou indigna��o nos dois Estados. O governador do Cear�, Camilo Santana (PT), divulgou uma nota repudiando a decis�o da estatal, na qual afirma que "a atitude representa uma quebra unilateral do compromisso firmado com o Cear� e configura desrespeito da empresa com o povo cearense".
No caso do Cear�, estima-se que os investimentos do governo local no projeto, entre 2009 e 2014, tenham chegado a quase R$ 660 milh�es, basicamente em obras de infraestrutura. A assessoria de Santana afirmou que ele recebeu a not�cia com surpresa e indigna��o, cobrou explica��es da Petrobras, conversou com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e solicitou uma audi�ncia com a presidenta Dilma Rousseff para tratar do assunto. "Uma vez que o Cear� cumpriu todos os requisitos para a implanta��o da refinaria, o governo afirma que continuar� lutando e empreendendo todos os esfor�os para viabilizar este importante projeto", disse.
O Minist�rio P�blico do Estado do Cear� (MPCE), por meio das Promotorias de Defesa do Patrim�nio P�blico, enviar� na pr�xima semana um of�cio ao governo do Estado solicitando esclarecimentos sobre o valor investido para receber a refinaria. O objetivo do MP � identificar se havia um contrato entre governo e Petrobras e se, por conta desse compromisso, o governo realizou os investimentos em infraestrutura ou se n�o havia nenhum contrato e, no caso, houve antecipa��o por parte do governo, o que possivelmente caracterizaria um caso de improbidade administrativa.
Bacabeira
No Maranh�o, o an�ncio da constru��o da refinaria em Bacabeira, em 2005, fez com que muitos empreendedores corressem para a cidade, distante 50 quil�metros de S�o Lu�s, para investir em restaurantes, pousadas, hot�is e im�veis para aluguel. � o caso do microempres�rio Carlos Oliveira, que adquiriu alguns terrenos na �rea urbana da cidade e estava se preparando para construir quitinetes com o objetivo de alugar para oper�rios que iriam trabalhar na constru��o da refinaria.
"Agora, n�o sei o que fazer. N�o h� neg�cio que seja capaz de criar demanda para ocupar as quitinetes que pretendia construir, e o valor do terrenos n�o voltar� aos pre�os que j� chegaram nos �ltimos anos", disse. No pico das obras de terraplenagem da refinaria, que terminaram em 2013, havia cerca de 4 mil trabalhadores na cidade.
O prefeito de Bacabeira, Alan Linhares, afirmou que o a not�cia foi recebida com muita tristeza pela popula��o. "Agora � um sonho que acabou. S� restou um elefante branco", disse.