A dif�cil recupera��o dos n�veis dos reservat�rios das hidrel�tricas, em fun��o da escassez de chuvas, aumenta a probabilidade de que haja um racionamento de energia no Brasil, de acordo com a Fitch Ratings. Segundo a ag�ncia, essa situa��o tem potencial de afetar a qualidade de cr�dito das distribuidoras e geradoras de energia hidrel�trica. Somente as empresas de transmiss�o e geradoras baseadas em fontes independentes n�o devem ser afetadas negativamente, diz a Fitch.
"A gera��o de fluxo de caixa de distribuidoras e geradoras de energia hidrel�trica � sens�vel ao consumo de energia e � quantidade de �gua dispon�vel para produ��o, respectivamente, para cobrir suas d�vidas e controlar m�tricas de cr�dito", afirma a Fitch.
A ag�ncia destaca que a potencial press�o de um racionamento na qualidade de cr�dito das empresas vai depender do tamanho desse racionamento. "A disposi��o do governo federal e sua habilidade em compensar rapidamente a queda na receita e no fluxo de caixa das companhias tamb�m seria crucial para este cen�rio", afirma.
A Fitch lembra que, no �ltimo racionamento de energia no Brasil, de julho de 2001 a fevereiro de 2002, os consumidores finais tiveram que reduzir o consumo de energia em 20%, com o governo compensando as companhias afetadas com um empr�stimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). Esse empr�stimo foi pago em dois anos por meio do aumento de tarifa aos consumidores.
De acordo com a Fitch, a maior capacidade instalada das usinas termel�tricas no Brasil e uma rede mais robusta para gerenciar e transmitir energia pelo Pa�s, quando comparados a 2001, mitiga parcialmente o risco de racionamento este ano. "O Brasil est� atualmente muito melhor posicionado nesses aspectos", comenta. "A capacidade instalada das usinas t�rmicas atingiu 37,8 GW no final de 2014, representando 28,3% dos 133,9 GW de capacidade instalada total do Pa�s, em compara��o com 10,5 GW e participa��o de 14% em dezembro de 2001", prossegue a Fitch. "O desenvolvimento mais recente de parques e�licos projetos tamb�m � not�vel."
Entretanto, a ag�ncia ressalta que o n�vel dos reservat�rios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais representativo do Pa�s, chegou a 16,82% em 29 de janeiro, ante 40,28% em 31 de janeiro de 2014 e 31,41% no fim de janeiro de 2001.
A Fitch lembra que o n�vel m�dio dos reservat�rios no fim do per�odo de janeiro a abril de 2004 a 2013 foi de 64,38% e 81,55%, respectivamente. "� medida que vai se aproximando o fim do per�odo chuvoso, a recupera��o dos reservat�rios se torna mais desafiadora", destaca.
A ag�ncia diz ainda considerar positivo o discurso do governo federal a respeito do repasse da alta do custo de energia aos consumidores este ano, em vez recorrer a subs�dios e empr�stimos banc�rios �s companhias. "Essa estrat�gia de tarifas mais realistas evitaria descasamentos no fluxo de caixa das companhias e pode limitar o aumento da demanda", afirma. Al�m disso, o potencial baixo crescimento do PIB no Brasil, estimado pela Fitch em 1,0% em 2015, "deve reduzir tamb�m o consumo de energia e ajudar o fornecimento de energia e o equil�brio da demanda".