Gesner Oliveira, s�cio da GO Associados, afirmou na tarde desta quinta-feira, que a consultoria decidiu revisar a sua proje��o para o PIB de 2015, que era positiva em 0,5% para uma queda de 0,5%. O executivo deu a declara��o em conference call realizado em parceria com o Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, sobre "O Impacto do Racionamento de �gua, Energia e a Opera��o Lava Jato no PIB".
Gesner afirmou que os impactos da crise h�drica e energ�tica e os desdobramentos institucionais da Opera��o Lava Jato podem ser minimizados com a��es de efici�ncia, "principalmente na �rea de �gua e energia".
Gesner, que � ex-presidente do Cade e da Sabesp, disse ainda que a consultoria fez simula��es de tr�s cen�rios para calcular o impacto da falta de �gua e energia e dos desdobramentos da Lava Janto no PIB, com uma prov�vel redu��o de investimentos na Petrobr�s - que � alvo de investiga��es na opera��o da Pol�cia Federal.
O primeiro cen�rio, denominado cen�rio base, faz a simula��o de que haveria uma redu��o de 5% de �gua e energia e uma retra��o de 10% dos investimentos da Petrobras. Neste modelo, de acordo com o economista Alexandre Andrade, o impacto em 12 meses na produ��o brasileira seria de R$ 100 bilh�es e o impacto no PIB seria de uma contra��o de 1,3%. "Al�m disse, mais de um milh�o de empregos poderiam ser perdidos", disse.
A simula��o avaliou ainda que, neste cen�rio base, a massa salarial teria uma redu��o de R$ 14 bilh�es e a arrecada��o de impostos cairia em R$ 7,9 bilh�es. Gesner ressalta que esses n�meros servem de alerta para que o governo perceba a import�ncia da dosagem correta do ajuste fiscal. "Se tivermos uma desacelera��o profunda, o ajuste se torna ineficiente porque h� uma perda enorme de arrecada��o", diz.
Piores cen�rios
O segundo cen�rio, chamado de "com stress moderado", usa como simula��o a hip�tese de redu��o de 10% no consumo de �gua e energia e de 20% nos investimentos da Petrobras. Neste caso, o impacto no PIB seria de 3,1% e a produ��o teria uma perda de R$ 198 bilh�es. "Al�m disso, a perda de emprego poderia chegar a 2,6 milh�es de vagas", diz Andrade. A queda nos sal�rios seria de R$ 28 bilh�es e a perda com arrecada��o, R$ 15,7 bilh�es.
Por fim, o �ltimo exerc�cio, classificado como "cen�rio de forte stress", tem como premissa a redu��o de 15% no fornecimento de �gua e energia e de 30% a queda nos investimentos da Petrobras. Gesner diz que esse cen�rio "n�o � o mais prov�vel, por�m, n�o � descart�vel". Nesta simula��o, a queda na produ��o � de R$ 297 bilh�es e a perda de empregos chega a 3,9 milh�es. J� a perda de sal�rios e com arrecada��o seriam de R$ 42 bilh�es e R$ 23,5 bilh�es, respectivamente.
Racionamento
O consultor e engenheiro el�trico Antonio Bolognesi afirmou que, apesar de ainda n�o estar em uma situa��o de racionamento de energia, o Brasil passa por uma situa��o grave. "Ainda n�o estamos no racionamento de energia, mas j� poder�amos estar. Estamos com padr�es t�cnicos que j� poderiam decretar racionamento", afirmou.
Bolognesi lembrou que, durante o racionamento de 2001, os reservat�rios do Sudeste estavam em 31% e, hoje, est�o com apenas 16%. "O mais grave n�o � s� a quest�o dos n�veis dos reservat�rios, mas o comportamento hidrol�gico dos �ltimos meses", disse. Ele ponderou ainda que hoje a situa��o � distinta, pois o Pa�s tem o dobro de t�rmicas em funcionamento do que havia em 2001. "A situa��o est� grave e existe uma tend�ncia de continuar ruim", refor�ou. Para o consultor, o mais grave � que n�o se est� tomando provid�ncias mais efetivas "para alertar a sociedade". "J� dev�amos estar com racionamento para a sociedade perceber a gravidade da situa��o", disse.