A seca prolongada no Brasil torna cada vez mais prov�vel alguma medida de racionamento de energia, que pode tirar de 0,5 a 1,0 ponto porcentual do PIB este ano, segundo a consultoria brit�nica Capital Economics. Mesmo assim, a empresa diz que vai esperar para rever sua estimativa para o desempenho do PIB este ano, ainda em alta de 0,5%, bem acima do mostrado pela pesquisa Focus, na qual as perspectivas para o avan�o do PIB recuaram para zero.
"� desnecess�rio dizer que vamos monitorar atentamente os n�veis dos reservat�rios nas pr�ximas semanas. Se e quando os detalhes de um programa de racionamento de energia forem anunciados, n�s vamos revisar nossas previs�es", diz o relat�rio, assinado pelo economista-chefe para mercados emergentes, Neil Shearing. Ele diz que estudos mostram que o apag�o de 2001 teve um impacto de 0,5 a 1,0 pp no PIB e que h� uma forte correla��o entre o consumo de energia e o crescimento da economia.
A consultoria diz que qualquer tentativa de mensurar o impacto de um racionamento no PIB � dif�cil, j� que n�o se sabe o tamanho, prazo e abrang�ncia da restri��o na oferta. Al�m disso, existem alguns fatores atenuantes, como a possibilidade de importar mais energia de pa�ses vizinhos e elevar o uso de usinas t�rmicas e nucleares.
O fato de a economia estar estagnada e o governo ter come�ado a implementar um programa de ajuste fiscal tamb�m colaboram para reduzir a demanda. O governo tamb�m deve investir em campanhas para incentivar um uso mais eficiente da energia entre os consumidores.
O relat�rio lembra que quase 75% da gera��o de energia no Brasil vem das hidrel�tricas e que o Pa�s atravessa a maior seca dos �ltimos 80 anos. Nas regi�es Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, os reservat�rios das usinas est�o caindo para perto do limite de 10%, a partir do qual � mais dif�cil gerar energia.