Bras�lia – N�o existe nada mais dif�cil de enfrentar do que uma economia em recess�o. O desemprego aumenta e a renda cai. Com o encolhimento dos neg�cios em v�rios setores, as receitas diminuem e levam os lucros com elas. Por isso, para livrar o bolso do aperto provocado pela retra��o da economia, � fundamental enxugar o or�amento dom�stico, eliminar excessos e adotar mudan�a radical nos h�bitos de consumo. Situa��es que exigem dose maior de sacrif�cio devem ser discutidas em casa, de forma que cada membro da fam�lia d� sua contribui��o para sanear as finan�as do lar. N�o faltam raz�es para isso.
Quem j� est� empregado deve batalhar para ficar onde est�. N�o por acaso, os reajustes salariais obtidos nas negocia��es coletivas em per�odos de crise tendem a no m�ximo cobrir as perdas inflacion�rias. “Numa retra��o econ�mica, o poder de barganha dos trabalhadores encolhe. Ent�o, sob o risco de ser demitido, acaba-se aceitando remunera��o que cres�a menos do que o custo de vida”, destaca a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour.
Em economias globalizadas, quedas persistentes do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de bens e servi�os produzidos por aquela na��o p�em em xeque o bem-estar e a capacidade de gera��o de riquezas da popula��o. Com o Brasil pode n�o ser diferente. Em 2014, cinco anos depois de o pa�s ter vencido a crise financeira mundial, a economia voltou a encolher. Considerado um term�metro do PIB, o �ndice de Atividade Econ�mica do Banco Central (IBC-Br) retraiu 0,15%.
Neste ano, ao desaquecimento da economia se juntam outros desafios, como o risco de racionamento de energia el�trica e de �gua . “Mesmo que as amea�as de apag�o e de racionamento de �gua n�o se concretizem, o que seria o melhor dos cen�rios para 2015, a economia encolheria 1,2%”, estima a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tend�ncias.
Os sinais de desacelera��o da economia s�o claros. Com as f�bricas em marcha lenta, o varejo sentiu o baque e viu ca�rem as vendas. O com�rcio entrou em 2015 for�ado a antecipar liquida��es e promo��es para fisgar o consumidor retra�do. S� no ano passado, a produ��o industrial recuou 3,2%. A expectativa para este ano n�o � de recupera��o significativa, a depender da situa��o do fornecimento de insumos como �gua e energia.
A queda de confian�a do setor privado tende a provocar nova queda dos investimentos, que j� haviam recuado 8% em 2014. As fam�lias enfrentam os juros altos no cr�dito ofertado pelos bancos e as operadoras de cart�o de cr�dito. Alguns analistas do mercado financeiro j� esperam uma onda de calotes. Dados da consultoria Serasa Experian d�o a dimens�o desse problema. Em 2014, mesmo com a economia estagnada e o desemprego na m�nima hist�rica, a inadimpl�ncia cresceu 6,3%. Neste ano, o �ndice de atrasos j� pulou para 16,7% na compara��o com janeiro de 2014. “A �ltima vez em que registramos um aumento t�o expressivo foi em 2012. Naquele ano, a inadimpl�ncia atingiu a m�xima em mais de uma d�cada”, lembra o economista Luiz Rabi, respons�vel pelos dados.