A produtividade m�dia do trabalhador brasileiro por hora de trabalho de 2002 a 2012 foi a pior entre 12 economias avaliadas pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), que divulgou nesta segunda-feira, uma pesquisa sobre o tema. O Brasil ficou na lanterna do grupo formando por Alemanha, Coreia do Sul e Estados Unidos, entre outros pa�ses. A m�dia de crescimento da produtividade por hora trabalhada foi de 0,6% na d�cada analisada, � frente apenas dos italianos (0,8%).
A CNI classificou o resultado como "fatal", tomando como par�metro o impacto permanente do chamado custo Brasil. "A combina��o de baixa produtividade e de elevados custos sist�micos � fatal. A perda de competitividade resulta em baixo crescimento e maiores dificuldades para as empresas brasileiras. A redu��o da confian�a do empres�rio � uma das consequ�ncias, o que leva � queda do investimento. Assim, um c�rculo vicioso � gerado, uma vez que o aumento da produtividade depende do aumento do investimento. Com a estagna��o da produtividade n�o h� futuro para a ind�stria brasileira", registrou o estudo.
Na mensagem final da pesquisa, a CNI criticou a pol�tica de crescimento da economia brasileira baseada, segundo a entidade, apenas no aumento do n�mero de empregos formais. "O Pa�s n�o tem mais como crescer baseado apenas no aumento do emprego. A revers�o do processo atual passa pela redu��o dos custos sist�micos, que refletir� positivamente na confian�a dos empres�rios e, consequentemente, no investimento", disse.
Os sul-coreanos lideram o ranking com m�dia anual de competitividade com crescimento de 6,7% entre 2002 e 2012. Em seguida parecem Taiwan (6,%), Cingapura (4,4%), Estados Unidos (4,4%), Jap�o (3,1%), Espanha (3,1%), Alemanha (2,9%), Fran�a (2,2%), Austr�lia (1,3%), Canad� (1,1%) e It�lia (0,8%).
Sal�rio
Inversamente � lanterna em rela��o ao n�vel de competitividade, o Brasil lidera em custo de produ��o. A competitividade foi medida com base no custo unit�rio do trabalhado(CUT) em d�lares, que est�, segundo o estudo, "significativamente acima" dos demais integrantes do ranking, ap�s crescimento m�dio de 9% ao ano na d�cada analisada. "A ind�stria brasileira tornou-se menos competitiva nos �ltimos dez anos", registrou a CNI.
A entidade apontou que, de 2002 a 2012, o CUT da ind�stria acumulou crescimento de 136%. A taxa � quase o dobro da Austr�lia (67%), segundo no ranking do custo da produtividade. O indicador � formado por sal�rio, produtividade do trabalho e o c�mbio. "Os tr�s fatores contribu�ram negativamente para a competitividade brasileira", disse a CNI.
Apesar de destacar o crescimento m�dio anual do sal�rio m�dio do trabalhador brasileiro (1,8%), o �ndice da CNI mostrou que a Coreia elevou mais os ganhos reais (2,5% ao ano). O pa�s asi�tico, contudo, conseguiu elevar a produtividade em uma propor��o maior, enquanto a taxa de c�mbio real recuou apenas 0,9% ao ano, contra uma desvaloriza��o de 7,2% verificada no Brasil no per�odo.
A Austr�lia ficou em terceiro lugar entre os pa�ses que mais elevaram o ganho do trabalhador, com crescimento m�dio anual de 0,9%. J� os Estados Unidos foi o �nico pa�s entre os 12 pesquisados a registrar queda do sal�rio real paga ao trabalhador industrial (-0,1%), seguido por Taiwan (0,1%) e Alemanha (0,3%), que aparecem na parte de baixo no ranking deste indicador.