O novo ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), Armando Monteiro Neto, avaliou nesta quarta-feira, que sem crescimento da economia, o Brasil v� diminu�das suas chances de equacionar seus problemas estruturais.
Ele citou o discurso de posse da presidente Dilma Rousseff: "O Brasil precisa voltar a crescer". Nas �ltimas d�cadas, conforme o ministro, a expans�o da atividade ficou aqu�m do potencial do Pa�s.
Monteiro Neto disse que o entrave principal � o descompasso entre a eleva��o dos custos e o crescimento da produtividade. "Isso gera negativamente impacto na forma��o de poupan�a dom�stica e no investimento da economia. O desafio maior � reduzir os custos sist�micos e aumentar a produtividade", considerou.
Para ele, alinhado com as melhores referencias internacionais, o Brasil pode crescer e competir dentro de um mercado global mais competidor. "O ajuste macroecon�mico n�o pode ter efeito paralisante sobre a agenda da promo��o da competitividade."
Segundo o ministro, � preciso "encontrar espa�os" para, em meio a essas restri��es, impulsionar e dar sentido de urg�ncia a essa agenda. Caso contr�rio, se n�o houver avan�o na agenda de reformas, o Brasil estar� condenado, conforme Monteiro Neto, a crescer pouco mesmo depois desse per�odo de estabiliza��o.
Setor privado
Armando Monteiro Neto avaliou ser fundamental estreitar interlocu��o com setor privado, "grande protagonista do processo". "O MDIC ter� que estabelecer novos padr�es de articula��o e coopera��o entre atores empresariais, governamentais e pol�ticos", disse.
Ele prometeu revitalizar e fortalecer canais de representa��o empresarial, como o conselho consultivo. O Congresso Nacional, de acordo com o novo ministro, ser� o grande art�fice na constru��o da nova agenda. "A elabora��o e o aprimoramento dos marcos regulat�rios exigem um permanente di�logo entre governo e o Parlamento, de modo a buscar converg�ncias essenciais."
Monteiro Neto acrescentou que n�o se cresce por "mera exorta��o" e que a riqueza das na��es � resultado da for�a de trabalho e da energia empreendedora. Segundo ele, � papel primordial do MDIC levar competitividade no centro da aten��o pol�tica do Brasil, sobretudo quando o novo quadro internacional mostra forte retra��o dos pre�os das commodities. "O ciclo benigno de que nos aproveitamos at� bem pouco tempo acabou nos impondo elevado �nus", disse, citando como exemplo, o da relativa acomoda��o.
Recupera��o da ind�stria
O ministro tamb�m afirmou que n�o h� como o Pa�s crescer mais sem a recupera��o da ind�stria. Ele mencionou que a ind�stria vem diminuindo sua participa��o relativa na economia brasileira e perdendo espa�o no mercado dom�stico e internacional. "A revaloriza��o de seu papel est� sendo reconhecida em todo o mundo, at� em economias maduras", pontuou.
N�o h� d�vidas, para Monteiro Neto, que somente o crescimento da produtividade permitir� a sustentabilidade dos aumentos dos sal�rios e dos empregos. "Isso nos inspira a buscar mais parceria com trabalhadores. A ind�stria tem papel central na agenda do crescimento do Pa�s", disse ele, que j� foi presidente da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI).
A competitividade � crucial para o setor, afirmou. O ministro deu como exemplo a grande perda de representa��o da ind�stria de transforma��o no Produto Interno Bruto (PIB) nos �ltimos anos. Tais perdas, de acordo com Monteiro Neto, se expressam na redu��o da participa��o do Pa�s no mercado internacional.