Bras�lia – O governo n�o vai recuar do aumento do diesel, uma das principais reivindica��es dos caminhoneiros parados nas estradas do pa�s, disse ontem o ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Miguel Rossetto. “Isso n�o est� em pauta”, desconversou ele ao falar com jornalistas ap�s uma reuni�o da qual participaram os ministros da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, e dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues.
O aumento da Pis/Cofins na cadeia dos combust�veis, que ser� transformado em restabelecimento da Contribui��o de Interven��o no Dom�nio Econ�mico (Cide), � considerada indispens�vel para equilibrar as contas do governo neste ano, garantindo o super�vit prim�rio. Foi marcada uma nova reuni�o sobre o tema para hoje, �s 14h, no Minist�rio dos Transportes, desta vez com representantes de caminhoneiros e empres�rios.
Rossetto disse que estar� presente no encontro de hoje, mas n�o revelou quem ser�o os representantes dos caminhoneiros nas conversas. Uma das maiores dificuldades do governo na busca de uma solu��o para os protestos � exatamente saber quem s�o suas lideran�as, j� que os caminhoneiros s�o aut�nomos. Na avalia��o do ministro, o mais importante para os manifestantes n�o � o pre�o do combust�vel, mas o valor do frete, que vem sendo reduzido apesar dos aumentos de custos, em fun��o da queda do pre�o das commodities agr�colas. O transporte de uma tonelada de soja entre Sorriso (MT) e o Porto de Santos (SP), por exemplo, caiu 27% na semana passada, para R$ 230.
Segundo Rossetto, o que o governo pode fazer no caso dos fretes n�o � determinar regras, mas incentivar a negocia��o entre as partes envolvidas. “� assim que isso funciona em nosso pa�s”, afirmou.
O governo quer oferecer eventuais modifica��es no Pr�-Caminhoneiro, programa de financiamento de ve�culos novos e usados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). Com juros de 9% ao ano e mais um percentual para garantia do empr�stimo, ele atinge uma parcela �nfima dos ve�culos de carga no pa�s. O ministro n�o explicou quais condi��es ser�o oferecidas. O problema de elevar o subs�dio no cr�dito, por�m, � que isso exige recursos do Tesouro Nacional e tamb�m contraria o esfor�o de ajuste fiscal defendido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Rossetto pretende tamb�m conversar com os representantes dos caminhoneiros sobre a regulamenta��o da Lei do Caminhoneiro, aprovada pelo Congresso e � espera de san��o da presidente Dilma Rousseff. O texto amplia para 12 horas o limite de jornada de trabalho por dia, incluindo quatro horas extras em vez das duas permitidas hoje. O ministro n�o explicou o que ser� mantido ou vetado na eventual san��o da lei.
Reflexos Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Armando Monteiro, afirmou que os protestos dos caminhoneiros s�o preocupantes e t�m efeito importante sobre a atividade econ�mica. “Pode haver algum reflexo no tr�nsito das mercadorias, mas n�o me parece que seja algo muito relevante ainda”, afirmou Monteiro, ao ser questionado sobre impactos na balan�a comercial. Ele informou ainda n�o ser capaz de quantificar esse relfexo ainda. No entanto, destacou: “Voc� interrompe o fluxo de circula��o de mercadorias, voc� altera todo o ciclo de opera��o das empresas, com graves preju�zos”. Ele refor�ou que v�rios minist�rios est�o interagindo para garantir a solu��o do problema.
