A Associa��o Brasileira de Concession�rias de Rodovias (ABCR) criticou a decis�o anunciada pela presidente Dilma Rousseff de sancionar o Projeto de Lei 4.246/12 - conhecido como Lei dos Caminhoneiros - sem vetos, como tentativa de colocar fim � mobiliza��o da categoria.
Para a entidade que representa as concession�rias de rodovias, se aprovada sem vetos, a nova lei "vai significar exatamente o oposto do que a sociedade deseja". "Na pr�tica, passaremos a ter, por exemplo, estradas com mais acidentes, ped�gios mais caros, fretes mais elevados, aumento dos custos log�sticos e dos pre�os finais dos produtos transportados por vias rodovi�rias", diz a nota da entidade.
"O que poderia ser um avan�o para a categoria vai se transformar num grande retrocesso para a profiss�o, pesar no bolso dos brasileiros e aumentar as taxas de acidente e mortalidade na estrada", completa o texto.
Nesta madrugada, governo e caminhoneiros chegaram a um acordo para acabar com os bloqueios nas estradas. "Nossa expectativa � que a categoria se sensibilize com as conquistas e encerre o movimento", disse o presidente da Confedera��o Nacional dos Transportadores Aut�nomos (CNTA), Diumar Bueno, ap�s o acordo.
O acordo fechado na madrugada garante san��o integral da Lei do Caminhoneiro; car�ncia de 1 ano para pagamento das parcelas de financiamento de caminh�es pelo Finame e Pr�-Caminhoneiro; elabora��o de tabela referencial de frete por entidades representativas de caminhoneiros, transportadoras e embarcadores com media��o do Minist�rio dos Transportes; e aus�ncia de aumento de diesel para caminhoneiros por seis meses, entre outras quest�es.
O documento foi assinado por Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presid�ncia), pelo ministro Ant�nio Carlos Rodrigues (Transportes) e 11 representantes de trabalhadores.
Para a ABCR, "ao arcar com custos log�sticos mais elevados, viagens mais demoradas, manuten��o mais frequente do caminh�o, os caminhoneiros ser�o os mais prejudicados". A entidade destaca ainda que � preciso envolver os embarcadores no debate da nova lei.
"� importante lembrar que os caminhoneiros t�m direito ao vale ped�gio, a ser pago pelo embarcador. H�, portanto, necessidade de envolver os embarcadores em toda esta discuss�o do PL antes de sancionar uma lei que poder� ter s�rias consequ�ncias para a pr�pria categoria", diz a nota.
A entidade diz ainda que um dos efeitos da libera��o do pagamento do eixo suspenso ser� o aumento do ped�gio para todos os usu�rios, "como forma de manter viabilidade das concess�es de rodovias".
"O aumento do peso dos caminh�es tamb�m vai significar ped�gios mais caros. Isso porque os efeitos da sobrecarga sobre a vida �til dos pavimentos s�o de redu��o m�dia de mais de 1,5 ano na vida �til do pavimento para 5% de sobrecarga e redu��o de mais de 3 anos na vida �til do pavimento para 10% de sobrecarga", explica a entidade. "Na ponta, isso significa acr�scimo consider�vel do custo de manuten��o das rodovias brasileiras, sejam elas p�blicas ou privadas", completa.
A ABCR ressalta que espera que o governo federal realize "uma an�lise t�cnica" das quest�es apontadas pelas concession�rias, "para que n�o se prossiga com a san��o de artigos que significar�o, na ponta, mais acidentes, rodovias menos seguras e caminhoneiros aut�nomos mais sobrecarregados."