A ag�ncia Fitch come�a nesta quarta-feira, em Bras�lia as reuni�es com a equipe econ�mica para o processo anual de avalia��o da nota de risco de cr�dito do Brasil com aten��o redobrada dos investidores do mercado financeiro. Segunda ag�ncia internacional de classifica��o de risco a enviar uma miss�o ao Brasil este ano, a Fitch permanece, desde 2011, com a nota de grau de investimento do Brasil dois n�veis acima do grau especulativo e vi�s est�vel.
Como a Standard & Poor's e a Moody's - as outras duas grandes ag�ncias - fizeram movimentos da nota do Brasil, no ano passado, quando a deteriora��o dos indicadores econ�micos brasileiros j� havia se acentuado, � grande a expectativa em torno do processo de revis�o da Fitch porque a ag�ncia ainda n�o se mexeu at� agora.
A percep��o no governo brasileiro, segundo apurou o Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, permanece otimista de que conseguir� uma tr�gua da ag�ncia. A avalia��o � de que a Fitch tem a tradi��o de levar em considera��o na sua an�lise os compromissos dos governos dos pa�ses analisados e deve aguardar a reposta da economia �s medidas de ajuste fiscal e de pol�tica monet�ria implementadas pela nova equipe econ�mica.
"O compromisso do ministro Levy � forte. N�o h� raz�o para a Fitch se movimentar para baixo", destacou uma fonte do governo. A avalia��o � de que a mensagem de compromisso com a meta fiscal das contas p�blicas � clara e cr�vel, permitindo a estabiliza��o da d�vida p�blica.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tamb�m deve refor�ar que o crescimento da economia vai se recuperar a partir do segundo semestre. O governo avalia que precisa entrar "no jogo" do convencimento da ag�ncia transmitindo muita confian�a na capacidade de as medidas adotadas darem uma resposta positiva ao quadro negativo da economia.
Em julho do ano passado, quando a Fitch manteve a nota do Brasil com vi�s est�vel, o comunicado da ag�ncia justificou a decis�o dizendo que a diversidade econ�mica do Pa�s, as institui��es relativamente desenvolvidas, uma alta capacidade de absor��o de choques com uma robusta posi��o externa l�quida e um sistema banc�rio adequadamente capitalizado contrabalanceavam a fraqueza estrutural das contas p�blicas.
A manuten��o da nota do Brasil ocorreu meses depois de a Standard & Poor's ter rebaixado o seu rating do Brasil. Logo em seguida, em setembro, a Moody's, �s v�speras das elei��es presidenciais, rebaixou de est�vel para negativa a perspectiva da nota do Brasil.
Em comunicados recentes, a Fitch tem destacado que a estrat�gia do governo para incentivar o crescimento e enfrentar os desequil�brios macroecon�micos, como a infla��o elevada e os altos d�ficits fiscal e de conta corrente, ser� fundamental para a trajet�ria do rating soberano do Pa�s.
Num comunicado distribu�do hoje, a Fitch afirmou que os mercados emergentes est�o passando por uma desacelera��o generalizada e, em alguns casos, at� contra��o. A ag�ncia ressalta que o Brasil est� em recess�o desde meados de 2014 e prev� uma queda de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2015.
Em 2016, o Pa�s dever� ter crescimento de "apenas" 1,5%, afirmou a Fitch em um relat�rio. O documento alimentou expectativas ruins sobre a avalia��o do ag�ncia em rela��o ao Brasil.
Uma das preocupa��es da ag�ncia � com os efeitos das investiga��es de corrup��o na Petrobras e das dificuldades pol�ticas enfrentadas pela presidente. O governo quer mostrar para ag�ncia que com di�logo com o Congresso vai conseguir enfrentar as resist�ncias �s medidas. A miss�o � chefiada pela diretora senior de rating soberanos, Shelly Shetty. (Colaborou Lucas Hirata)