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Estado de Minas D�LAR SOB CONTROLE?

Alta do d�lar � 'realinhamento da taxa de c�mbio', diz ministro do Planejamento

A divisa norte-americana fechou a R$ 3,231, com queda de 0,42%, mas chegou a ser cotada a R$ 3,284, a maior alta em um dia desde maio de 2003


postado em 18/03/2015 00:12 / atualizado em 18/03/2015 07:34

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, avisou que o d�lar atingiu um novo patamar e deve “se estabilizar em patamares mais elevados” daqui para frente. Ele reconheceu que as raz�es dessa alta s�o fatores internos e externos, mas fez quest�o de avisar que n�o h� descontrole. “N�o � uma situa��o de c�mbio fora de controle. � realinhamento da taxa de c�mbio a novas condi��es internas e externas”, afirmou o ministro em audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado Federal. A divisa norte-americana fechou a R$ 3,231, com queda de 0,42%, mas chegou a ser cotada a R$ 3,284, a maior alta em um dia desde maio de 2003. No ano, a valoriza��o frente ao real est� em 22%. No m�s, chega a 13,44%.


Para o estrategista da GPS Investimentos Paulo Miguel, a tend�ncia para a divisa � continuar a subir. “O d�lar est� indo para onde tem que ir. A cota��o vai atingir R$ 3,50 em algum momento”, afirmou. Na avalia��o de Miguel, compartilhada por outros analistas, as raz�es para o vi�s de alta s�o a expectativas de eleva��o dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), a desvaloriza��o das commodities que o Brasil exporta e o d�ficit em conta corrente do pa�s nos �ltimos anos, resultado da maior sa�da do que entrada de d�lares. “A revers�o dessa alta do d�lar n�o � f�cil. Pode ocorrer, por exemplo, se houver adiamento da alta de juros pelo Fed. Mas ser� tempor�rio”.

O economista Fl�vio Serrano, do BESI Brasil, explicou que o desequil�brio entre oferta e demanda, que se reflete na infla��o e no d�ficit em conta corrente, acaba por ser corrigido com o aumento da cota��o da principal divisa estrangeira. “Quando o d�lar estava em R$ 2,40, a previs�o � de que iria para R$ 2,80. O problema � que, quando come�a a subir, � dif�cil prever a intensidade com que isso ocorrer�. E qualquer ru�do pol�tico faz maior press�o”, disse. Mas, na avalia��o de Serrano, pode haver algum exagero no patamar atual.

Na opini�o de Reginaldo Galhardo, gerente de c�mbio da Treviso Corretora, o ministro Nelson Barbosa “mencionou algumas coisas que as pessoas n�o querem escutar”, o que pode aumentar a instabilidade do c�mbio. “O ajuste fiscal significa aumento de custos. Ser� bom para frente, mas, agora, isso impacta os pre�os. E todos mundo quer se antecipar � alta”, avaliou Galhardo, que v� reflexo de muita incerteza nos movimentos de operadores. “Na d�vida, o mercado est� comprando d�lares”.

NECESSIDADES
Diante da s�rie de indicadores econ�micos ruins que pipocam todos os dias e da piora nas proje��es para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, Barbosa ainda tentou demonstrar otimismo aos parlamentares. Ele assegurou que uma recupera��o do pa�s dever� ocorrer a partir do terceiro trimestre. Nesse sentido, ele destacou que o ajuste fiscal ser� importante para que a atividade volte a crescer. “Temos adotado medidas que podem ter impacto restritivo na economia, mas que s�o necess�rias para o crescimento”, disse.

O governo vem cortando despesas e o ajuste fiscal vai al�m da revis�o das desonera��es e da mudan�a nas regras de acesso aos benef�cios da Previd�ncia, de acordo com Barbosa. “Tomamos uma s�rie de medidas administrativas para reduzir os gastos discricion�rios (n�o obrigat�rios) do governo. O chamado decreto de 1/18 (um dezoito avos). Enquanto n�o temos Or�amento, o Congresso nos autoriza a operar com 1/12 (um doze avos, ou duod�cimo) e decidimos operar com 1/18 nesse in�cio de ano at� que a situa��o macroecon�mica se torne mais clara, at� elevar o super�vit prim�rio (economia para o pagamento dos juros da d�vida p�blica) mais rapidamente”, afirmou.

Para o senador �lvaro Dias (PSDB-PR), l�der do bloco da oposi��o no Senado, esse corte de despesas n�o est� sendo percebido. “A credibilidade do governo est� no fundo do po�o e � dif�cil acreditar nessa redu��o de gastos”, disse. O governo, na sua avalia��o, tem que fazer uma reforma administrativa. “� preciso reduzir o tamanho desse governo pela metade. O n�mero de minist�rios pela metade. Afinal, o governo brasileiro tem um tamanho maior que o dos EUA e da Alemanha somados”, criticou. Barbosa, por sua vez, afirmou que n�o � o n�mero de minist�rios que pesa no Or�amento. “Esse custo n�o � alto”, disse.

META
O ministro assegurou que a meta de super�vit prim�rio de 1,2% do PIB, ou R$ 66,3 bilh�es para todo o setor p�blico, este ano, � poss�vel de ser alcan�ada, mas reconheceu que pode haver revis�es. “Nosso planejamento � consistente para o cumprimento da meta. Isso � sujeito a avalia��es peri�dicas”, disse. No entanto, o senador Jos� Serra (PSDB-SP) estima que o governo conseguir� entregar apenas R$ 25 bilh�es, ou seja, 0,4% do PIB. “Pelas nossas estimativas, o super�vit de R$ 66,3 bilh�es � irrealista. Ele poder� chegar a R$ 25 bilh�es, devido � estagna��o das receitas”, afirmou o tucano.

Nelson Barbosa ainda fez quest�o de afirmar que o aumento da infla��o, (que chegou a 7,7% no acumulado em 12 meses em fevereiro), � tempor�rio. Ele acredita que est� havendo “um realinhamento de pre�os” e que, a partir de 2016, haver� uma desacelera��o no custo de vida. O ministro reconheceu que � preciso controlar a infla��o e equilibrar as contas p�blicas para atrair investimentos no pa�s. “As pessoas investem se esperam ter demanda por aquele investimento. Ningu�m abre uma f�brica porque est� barato, mas porque esperam ter uma demanda sustent�vel, por v�rios anos. E, para isso, � preciso ter controle da infla��o e equil�brio fiscal. O primeiro passo � trazer infla��o de volta para o centro da meta (4,5% ao ano) e reequilibrar as contas p�blicas”, disse.

Mais impostos sobre heran�as

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, informou ontem que o Minist�rio da Fazenda, est� analisando aumentar a tributa��o sobre heran�a. Segundo ele, esse tipo de imposto � comum em v�rios pa�ses e menos complicada do que em grandes fortunas. “Tributos sobre grandes fortunas poderiam gerar movimentos especulativos”, afirmou Barbosa, durante a audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Econ�micas (CAE) do Senado Federal.

Essa medida seria uma forma de atender �s press�es dos parlamentares petistas, que t�m defendido uma tributa��o maior sobre as grandes fortunas, como forma de minimizar a mudan�a do rumo das pol�ticas econ�micas adotadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e, assim, deixar de penalizar sempre os mais pobres, que costumam pagar muito mais imposto proporcionalmente � sua renda do que os mais ricos, conforme estudos da �rea tribut�ria costumam revelar. Procurado, o Minist�rio da Fazenda, que tem sido contr�rio � tributa��o de grandes fortunas, n�o comentou sobre o assunto.

Os senadores da oposi��o cobraram explica��es de Barbosa sobre o “estelionato eleitoral” do governo como forma de explicar o ajuste fiscal em curso. O ministro foi firme nas respostas: “N�o considero que h� nega��o de promessas. H� a coragem de ajustar a pol�tica econ�mica e adapt�-la �s novas condi��es”. Este foi o �nico momento em que elevou a voz e quase gritou durante as seis horas da audi�ncia.

CONCESS�ES
De acordo com Barbosa, o governo planeja abrir novas rodadas de concess�es em infraestrutura no segundo semestre. Ele informou que os estudos de novos projetos est�o sendo realizados e far�o parte de um cronograma para os pr�ximos anos. “Est� prevista uma nova rodada com outras rodovias no segundo semestre, ap�s a conclus�o dos estudos em andamento”, disse.
Em rela��o ao trem bala, que foi bastante criticado pelo senador Jos� Serra (PSDB-SP), Barbosa afirmou que o projeto n�o est� na lista de prioridades do novo Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). O PAC 3, segundo ele, ser� setorizado, como PAC Aeroportos, PAC Portos, PAC Hidrovias e assim por diante. Para reiniciar as concess�es de ferrovias, Barbosa disse que aguarda a entrega de projetos feitos por empresas privadas at� maio. Ele informou que o governo trabalha com a possibilidade de fazer investimento nas concess�es j� existentes. “Estamos em contatos com os concession�rios para isso”, disse. (RH)


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