A combina��o entre a Opera��o Lava Jato e o pacote de ajuste fiscal do Minist�rio da Fazenda, al�m de uma certa dose de burocracia e brigas contratuais, resultou em obras paradas ou em ritmo lento pelo Brasil. Uma sondagem feita pelo Estado, com sindicatos do setor de constru��o pesada, levantou quase 30 grandes projetos em ritmo extremamente lento e, muitos deles, com demiss�es em massa.
O Produto Interno Bruto (PIB) da constru��o civil, considerado um dos motores de crescimento do Pa�s, despencou 5,6% em 2014 e pode cair mais 5% neste ano, segundo c�lculos da GO Associados a pedido da Associa��o Paulista dos Empres�rios de Obras P�blicas (Apeop). A maior preocupa��o est� na continuidade dos atrasos de pagamentos do governo federal aos construtores.
A pr�tica come�ou no ano passado como instrumento para o governo fechar suas contas e foi mantida no in�cio deste ano com a demora na vota��o da Lei Or�ament�ria e por causa do ajuste fiscal proposto pela Fazenda. Em situa��o normal, as empresas at� conseguiriam suportar atrasos com empr�stimos banc�rios, afirma a Apeop. Mas, com o esc�ndalo de corrup��o nos contratos da Petrobr�s, os bancos se retra�ram e fecharam os cofres para novos cr�ditos �s empreiteiras. Sem dinheiro, as empresas optaram pelas demiss�es e mantiveram s� alguns poucos trabalhadores nos canteiros de obras para n�o terem os contratos rompidos.
Nessa situa��o est�o grandes projetos estruturantes como a transposi��o do Rio S�o Francisco, Ferrovia da Integra��o Oeste-Leste (Fiol), Cintur�o das �guas do Cear� e Rodoanel Norte de S�o Paulo, al�m dos grande projetos da Petrobr�s que est�o em ritmo lento. "O Brasil est� parado. As obras n�o avan�am", reclama o presidente do Instituto de Engenharia, Camil Eid.
O que era para ser oportunidade de desenvolvimento - j� que o governo apostava em grandes obras para turbinar o crescimento - virou pesadelo. "Nas cidades onde est�o grandes projetos, os pequenos empres�rios que investiram em restaurantes, hot�is e empresas de transporte est�o endividados e sem dinheiro para pagar os bancos", afirma Irailson Warneaux, do Sindicato dos Trabalhadores nas ind�strias da Constru��o da Bahia (Sintepav-BA).