O ano do aperto no or�amento tem feito consumidores deixar para tr�s a fama de “�ltima hora” e acelerar a entrega da declara��o de Imposto de Renda (IR) de 2015 numa tentativa de antecipar a restitui��o. � o que justitificam escrit�rios de contabilidade em BH que registram, at� o momento, uma alta de 15% na procura pelo servi�o, que pode custar de R$ 100 at� R$ 1,2 mil dependendo da complexidade da declara��o. Em Minas, j� foram 450 mil documentos entregues, o que corresponde a 17% do esperado. Neste mesmo per�odo do ano passado, o percentual era de 12%. Em todo o Brasil, j� foram 5,6 milh�es de declara��es feitas, dentro de um universo de 27,5 milh�es que s�o esperadas.
Al�m de querer antecipar a entrega para receber a restitui��o mais cedo, os contribuintes, diante de um aperto econ�mico, tamb�m est�o tentando reduzir o impacto da mordida do le�o no bolso e, por isso, muitos optam em solicitar a ajuda de um profissional. � o caso, por exemplo, do empres�rio Luiz Gustavo Barbiere, que, pela primeira vez, antecipou a entrega do documento como pessoa f�sica e jur�dica.
Ele conta que o atual cen�rio da economia exige dos contribuientes um melhor planejamento. “A crise que estamos passando, tanto econ�mica quanto pol�tica, faz com que procuremos nos adiantar, para que, no futuro pr�ximo, n�o tenh�mos surpresas desagrad�veis”, comenta Luiz. Ele diz que, al�m de se adiantar, ele prefere pagar um profissional para fazer o servi�o, para que n�o haja nenhum erro que o prejudique com o le�o. “Pode-se cair na malha fina por causa de um erro pequeno, Quando agimos com atenced�ncia, estamos nos precavendo e evitando transtornos, ainda mais em um ano t�o inst�vel”, diz.
No escrit�rio do contator M�rio Mateus, tamb�m vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais, a demanda pelo servi�o de declara��es de renda aumentou em 15%. Ele conta que, como o ano de 2014 foi de dificuldades financeiras , muitas pessoas est�o antecipando a entrega da declara��o e procurando profissionais na tentativa de conseguir mais r�pido a restitui��o e ter um planejamento para este ano. “Vejo que aqueles que tiveram preju�zos no ano passado, como os que investiram em bolsa de valores e perderam dinheiro com as a��es, querem se informar melhor e est�o se preparando para o que vem pela frente”, comenta.
APERTO O aumento na procura, segundo ele, � reflexo da crise ec�nomica que tem feito o brasileiro se planejar “A pessoa passa a se preocupar mais e a se preparar, Como h� d�vidas referentes a compras de im�veis para a declra��o e outros, quando a mesma � mais complexa, eles preferem pagar algu�m para fazer como forma de seguran�a”, comenta M�rio. No ano passado, a altura do calend�rio, ele tinha feito 100 declara��es, at� o in�cio desta semana, j� eram 120.
Essa preocupa��o com o que e como declarar aumentou o n�mero de telefonemas no escrit�rio de contabilidade Papyrus. Segundo a gerente geral, Kely Aparecida Fernandes Oliveira, a cartela de clientes da empresa ainda n�o se alterou em rela��o ao ano passado, por�m, este ano, o que tem ocorrido de at�pico � a demanda por informa��es. “As pessoas est�o mais preocupadas em declarar tudo corretamente. H� liga��es de brasileiros que moram fora e querem saber como declarar as remessas enviadas”, exemplifica Kely,.
Esse passo acelerado dos contribuientes foi detectado pela Receita Federal. Segundoo superintendente da Receita em Minas, Hemano Lemos de Avellar Machado, na segunda-feira j� haviam sido entregues 4,3 milh�es de declara��es, sendo que, no mesmo per�odo do ano passado, at� 23 de mar�o, eram 3,5 milh�es. “Houve um aumento consider�vel. Mas se deve h� v�rios fatores, entre eles, o programa da receita que est� mais simples e f�cil para ser usado”, defende.
PRE�O A simplicidade do programa e o cen�rio econ�mico trouxeram outros reflexos ao contador Silv�rio Papa Ferreira, tamb�m vice-presidente do Sindicato dos Escrit�rios de Contabilidade, Auditoria e Per�cias Cont�beis no Estado de Minas Gerais. Ele conta que, no ano passado, neste mesmo per�odo, ele fez 100 declara��es, este ano, foram apenas 32. Ele atribui a queda ao fato de muitas pessoas estarem com o or�amento apertado para pagar um profissional.