A greve geral liderada pelo setor dos transportes contra o aumento de impostos na Argentina teve in�cio no primeiro minuto desta ter�a-feira. A paralisa��o de 24 horas foi convocada para pedir a redu��o ou a elimina��o de um imposto aplicado sobre os sal�rios e servir� para medir for�as antes do in�cio das negocia��es salariais parit�rias com as empresas.
A medida de for�a, quarta desse tipo desde 2012, � tamb�m uma demonstra��o de poder ao pr�ximo governo que assumir� em dezembro. O protesto amea�a paralisar os servi�os de �nibus, metr�, trens, t�xis, abastecimento de combust�veis, transporte a�reo comercial, cargas e portos, al�m dos setores m�dico, banc�rio e de alimenta��o, entre outros. Devido � greve, as companhias a�reas TAM e Lan Chile, al�m da Gol, anunciaram o cancelamento dos voos procedentes e para a Argentina.
Em nota, a TAM informou que foram cancelados 19 voos: dois sairiam nessa segunda-feira do Brasil, em hor�rios previstos para 21h30 e 21h39. Os voos saindo da Argentina e um de Assun��o, no Paraguai, com destino a Buenos Aires, tamb�m foram cancelados. Confira a lista.
A companhia explicou que os passageiros afetados poder�o remarcar a data da viagem para os pr�ximos 15 dias, sem custos adicionais, ou ent�o alterar o destino, sem aplica��o de multas. A TAM informou que os clientes devem entrar em contato com a central de atendimento, no Brasil, 4002-5700 (capitais) e 0300-570-5700 (demais localidades). Na Argentina, o telefone � 0810-333-3333.
Na Gol, foram seis voos cancelados: tr�s saindo de S�o Paulo e tr�s da Argentina. A empresa divulgou nota em que diz em que os clientes prejudicados pelos cancelamentos est�o sendo procurados pela empresa para reacomoda��o em outros voos. Os telefones de contato no Brasil � 0800 704 0465 e, na Argentina, 0810 2663 131.
Uma greve pol�tica
O chefe de Gabinete, An�bal Fern�ndez, criticou nessa segunda-feira os grevistas em uma coletiva de imprensa. "Que pa�s lindo seria se n�o houvesse nenhum imposto! Mas isso � impens�vel. Este imposto � cobrado no mundo todo".
"Come�aremos a tomar decis�es de outras caracter�sticas quando n�o houverem as condi��es m�nimas necess�rias para que se possa prestar o servi�o que esperamos", amea�ou Fern�ndez. "Aqueles que cometerem excessos ser�o presos".
Partidos de esquerda anunciaram nesta segunda-feira que tentar�o formar piquetes em acessos � capital federal, mas sem contar com o apoio dos sindicatos convocadores, que n�o far�o com�cios e passeatas.
O governo se reuniu nessa segunda-feira com empres�rios do transporte para obter a garantia de um servi�o m�nimo, sob a amea�a de san��es.Os sindicatos responderam com dureza contra o que entenderam como uma provoca��o e anunciaram que, se suas demandas n�o forem atendidas, ser� feita uma nova greve, desta vez por 36 horas.
"Precisamos de um espa�o para o di�logo. E se continuarem com as provoca��es e sem dar respostas �s reclama��es, as medidas de for�a v�o aumentar", afirmou o l�der do sindicato de caminhoneiros e membro de uma central trabalhista opositora, Hugo Moyano, um ex-aliado de Kirchner.
Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, o imposto n�o ser� modificado porque "afeta uma minoria que ganha mais", cerca de 850 mil trabalhadores sobre uma for�a de 11 milh�es de assalariados, segundo estimativas oficiais. O imposto � aplicado progressivamente sobre os sal�rios superiores a 15.000 pesos (1.700 d�lares) at� uma al�quota m�xima de 35%.
No fim do ano passado, o governo conseguiu que os sindicatos suspendessem uma greve parecida, ao anunciar que o rendimento m�dio de dezembro seria isento de imposto de renda.