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Estado de Minas

Estelionat�rios criam novo golpe do boleto na internet


postado em 06/04/2015 06:00 / atualizado em 06/04/2015 07:32

Ricardo Vitorino pagou a fatura do carro que tinha comprado, mas acabou com o nome no SPC. Teve que entrar na Justiça para não arcar com o prejuízo(foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS )
Ricardo Vitorino pagou a fatura do carro que tinha comprado, mas acabou com o nome no SPC. Teve que entrar na Justi�a para n�o arcar com o preju�zo (foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS )

Se antigamente estelionat�rios roubavam, por meio de sites falsos, as senhas de clientes de bancos que faziam transi��es banc�rias pela internet, hoje, o golpe est� mais avan�ado e, consequentemente, mais dif�cil de ser percebido. Den�ncias d�o conta de que, durante uma atualiza��o de boletos, dentro dos sites originais dos bancos, o usu�rio � levado a clicar em um link exatamente igual ao da segunda via solicitada. Por�m, ao pagar a conta, o dinheiro n�o vai para o credor, mas, sim, para um fals�rio.

O golpe do boleto, assim chamado o crime por entidades de defesa do consumidor, vem fazendo v�timas Brasil afora. Em Minas Gerais, muitas pessoas est�o caindo nessa armadilha e recorrendo � Justi�a para recuperar as quantias roubadas. O crime ocorreu com o advogado Ricardo Vitorino. Ele conta que no fim do ano passado, ele precisava pagar a presta��o j� vencida de R$ 2.850 de um carro que comprou. “Entrei no site do meu banco normalmente para atualizar o boleto. Como verifiquei que estava tudo correto, imprimi e paguei. Depois de 10 a 15 dias, soube que meu nome estavo no cadastro do Servi�o de Prote��o Ao Cr�dito (SPC) porque o boleto pago n�o foi para o meu banco que era o credor”, revela. Foi a� que Ricardo descobriu que, ao pedir no site do banco uma segunda via da fatura, tinha sido direcionado a um link falso. “Esse golpe � altamente avan�ado. Voc� atualiza o boleto e n�o percebe diferen�as. Somente quando vai quitar a conta que o comprovante de pagamento lhe mostra que o destino foi diferente daquele que voc� esperava”, comenta.

“Temos muitos casos desses ocorrendo”, alerta a coordenadora institucional da Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria In�s Dolci. Ela conta que, desde o ano passado, a entidade tem alertado os consumidores sobre os riscos desse tipo de crime. “Os casos que chegaram at� n�s s� foram percebidos pelas v�timas depois que elas come�aram a receber em casa cobran�as de empresas. Elas j� haviam pago a segunda via dos boletos e os credores dos valores n�o tinham recebido”, comenta Maria In�s, acrescentando que s�o fraudes comuns e que devem chamar aten��o de todos para que essa armadilha n�o fa�a mais v�timas.

Um dos cuidados citados por Maria In�s � o usu�rio de a��es banc�rias na internet nunca entrar por sites de buscas na p�gina das institui��es banc�rias, o que pode levar o cliente a entrar em endere�os falsos. “Quando for imprimir a segunda via de um boleto, sempre confira os quatro primeiros n�meros do c�digo de barra, que, na maioria dos casos para este golpe, s�o diferentes”, aponta. Al�m disso, outra dica da Proteste �, ao pagar o boleto, conferir no comprovante de pagamento se o destinat�rio est� correto.

Al�m de fraudar os boletos nos sites, os fals�rios est�o enviando boletos falsos para a casa das poss�veis v�timas (veja quadro). Primeiro, o estelionat�rio liga passando-se pelo credor, informando-o que existe um erro no boleto enviado antes e para aguardar a chegada de outro, para fazer o pagamento. O pr�prio consumidor acaba passando todos os dados do boleto original para o fals�rio, que emite um novo documento com a altera��o da fonte que receber� o valor a ser pago. “� preciso ter muito cuidado”, ressata, novamente, Mara In�s.

Justi�a

Ricardo entrou na Justi�a contra o seu pr�prio banco, alegando a falta de prote��o ao cliente. Este ano, o juiz do caso condenou o banco a pagar a quantia de R$ 2,9 mil – valor que foi corrigido monetariamente pelos �ndices da Corregedoria Geral de Justi�a acrescida de juros de 1% ao m�s. Ricardo conta que tem recebido clientes que tamb�m ca�ram no golpe e, segundo ele, um deles chegou a perder R$ 5 mil. “J� tenho a��es ajuizadas sobre o assunto. A Justi�a tem determinado que o meio eletr�nico tem que ter seguran�a para o cliente. O aperfei�oamento banc�rio deve acompanhar a mentalidade criminosa, como forma de proteger a clientela. Hoje, n�o h� nenhuma preven��o das institui��es contra isso”, acusa.

Maria In�s concorda que, neste casos, os bancos t�m responsabilidade, uma vez que oferecem ferramentas sem seguran�a para o usu�rio. “A empresa que tamb�m n�o recebeu o pagamento esperado deve, conforme o C�digo de Defesa do Consumidor, entrar em contado com o cliente e lhe informar sobre o assunto, antes de colocar o nome do consumidor na lista do SPC”, avisa. Maria In�s tamb�m cobra dos consumidores mais aten��o nas compras e comprovantes de pagamento. “Se come�arem a chegar cobran�as de lojas ou bancos, � essencial ir atr�s para ver o que est� ocorrendo. Depois disso, e se compravado o golpe, procure os �rgaos de defesa do consumidor e tambem as delegacias especializadas em crimes cibern�ticos. N�o podemos deixar que esses fals�rios fiquem impunes”, alerta.

Dinheiro de pl�stico

Tamb�m h� casos de envio de falsas faturas de cart�o de cr�dito. Esses boletos chegam � casa do consumidor com todos os dados corretos, inclusive com dados de compras feitas pelo usu�rio e sem aparente viola��o da correspond�ncia. Assim, o consumidor acredita que a fatura de seu cart�o de cr�dito � verdadeira e acaba pagando automaticamente, como faz todo m�s, e caindo no golpe.

 

Correntistas insatisfeitos

Em meio � inseguran�a causada pelo golpe do boleto nos sites dos bancos, uma pesquisa da Proteste mostrou que a satisfa��o dos clientes com as institui��es banc�rias � baixa. Foram ouvidos 3.493 consumidores entre novembro e dezembro de 2014, sendo que, destes, 49% disseram ter tido algum problema com o banco durante os �ltimos 12 meses. A satisfa��o s� atingiu 60 pontos, numa escala de 0 a 100.

De acordo com a entidade, as taxas banc�rias, os juros e o tempo de atendimento s�o as principais causas da baixa satisfa��o. A pesquisa ainda revelou um dado preocupante: � para quitar outras d�vidas que o consumidor contrata empr�stimo. E 51% dos que t�m financiamento imobili�rio foram obrigados a contratar outros produtos, como seguro e conta corrente. Isso configura venda casada e � proibido por lei, conforme a Proteste.

Entre os entrevistados, 18% n�o sabem o quanto pagam de tarifa para manter suas contas. Eles podem estar arcando com valores exorbitantes sem saber. Entre aqueles que afirmam pagar por esse servi�o, 31% disseram desembolsar mais de R$ 100 por ano. � um valor alto, o que demonstra que o consumidor pode ter escolhido o pacote de conta-corrente errado para o seu perfil. Dos entrevistados que contrataram empr�stimo, 31% n�o fazem ideia de qual seja a taxa de juros que est�o pagando pelo cr�dito, que, por sinal, costuma ser alta. Cerca de 20% desses entrevistados que t�m financiamentos, adquiriram entre R$ 2.501 e R$ 5 mil. E outros 19% afirmaram ter contratado empr�stimos entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. “Por isso, estamos alertando os consumidores a irem atr�s das informa��es e se interar sobre os assuntos banc�rios”, comenta Maria In�s Dolci, a coordenadora institucional da Proteste.

 

Aten��o maior

Veja o que � preciso fazer para n�o correr o risco de cair em golpes

Pelos sites dos bancos

>> O consumidor precisa fica alerta e sempre conferir se o c�digo de barras na parte de cima da fatura � a mesma que aparece embaixo. Caso seja preciso pedir a segunda via do boleto, deve-se solicitar a fatura sempre pelo site do banco emissor com CNPJ da empresa, o valor e data de vencimento do t�tulo.

>> Os clientes precisam ter cuidado com telefonemas informando sobre a necessidade de troca de boletos, com alega��es de que h� valores indevidos.

>> De qualquer forma, as empresas s�o respons�veis e precisam se cercar de todos os cuidados para que o consumidor n�o seja penalizado. Quando for v�tima do golpe, o consumidor deve fazer contato com a empresa e mostrar os comprovantes de pagamento feitos. Mesmo sendo uma fraude de terceiro, esse � um v�cio oculto do servi�o, que o cliente n�o tem como identificar.

Pelas faturas de cart�es de cr�dito

>> Quando a fatura chegar, abra e verifique o c�digo de barras do cart�o de cr�dito, pois este � sempre o mesmo todo m�s. Compare o c�digo de barras da fatura do seu cart�o com o do boleto de qualquer outro m�s. Caso os c�digos estejam diferentes, esta fatura � uma fraude.

>> Verifique se h� apenas o s�mbolo do banco do seu cart�o de cr�dito. Caso tenha logomarca de outra institui��o financeira, desconfie, pois esta fatura pode ser uma fraude.

>> Mesmo que as compras descritas na fatura sejam as mesmas que tenha realizado, isso n�o significa que a conta seja verdadeira.

>> Mesmo que o valor de sua fatura seja exatamente o que voc� gastou, isso n�o significa que o boleto � verdadeiro.

>> Caso tenha como fazer o pagamento de suas faturas diretamente de sua conta corrente, por meio da internet, caixa eletr�nico ou atendimento no banco, sem a necessidade de usar a fatura impressa, o fa�a. Assim, � garantido que voc� estar� pagando a conta verdadeira do seu cart�o de cr�dito.

>> Se ainda assim ficar alguma d�vida, pegue a fatura do cart�o de cr�dito, leve at� o seu banco e pe�a para que o gerente confirme sua veracidade ou entre em contato com a central de atendimento do seu cart�o de cr�dito, por meio do n�mero escrito no verso do cart�o.

Fonte: Proteste


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