A preocupa��o com a retirada recorde de recursos da poupan�a n�o � s� da Caixa, mas de todos os outros bancos que aplicam esse dinheiro em financiamentos imobili�rios. As institui��es e o setor da constru��o civil chegaram a pedir ao Banco Central autoriza��o para usar uma parte dos recursos que os bancos s�o obrigados a deixar no BC - os dep�sitos compuls�rios - nesses financiamentos, da mesma forma que foi feito com os empr�stimos para a compra de carros. Mas, em meio ao aumento da Selic para controlar a infla��o, o BC n�o acatou o pedido, que vai na contram�o do aperto monet�rio.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou ser mais prov�vel que o governo aceite flexibilizar outras regras para ajudar no financiamento imobili�rio. Entre elas, o aumento da faixa de financiamento do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS).
Atualmente, o limite � de R$ 190 mil para im�veis nas regi�es metropolitanas de S�o Paulo e Rio e no Distrito Federal. A sugest�o � ampliar o teto para R$ 300 mil e cobrar nessas opera��es taxas intermedi�rias entre as que s�o cobradas nos financiamentos com recursos da poupan�a e as dos empr�stimos com FGTS.
O setor tamb�m pede que o BC revise a regra de aplica��o de recurso da poupan�a. Atualmente, 65% do que � captado na caderneta deve ser direcionado para o financiamento habitacional. No entanto, os bancos sempre conseguiram uma maneira de "burlar" essa regra com a utiliza��o dos Certificados de Receb�veis Imobili�rios (CRI). A quest�o � que, fazendo isso, o dinheiro da poupan�a, que era para ser usado na constru��o de casas, tamb�m financia im�veis comercias, por exemplo.
Todo o problema teve origem na sa�da dos recursos da poupan�a. At� o saldo final, que inclui os rendimentos da caderneta, est� diminuindo: caiu de R$ 522,3 bilh�es no fim do ano passado para R$ 510,1 bilh�es em abril deste ano.
A situa��o mais delicada � a da Caixa, que det�m quase 70% do cr�dito imobili�rio. A institui��o vem utilizando recursos captados no mercado, a um custo significativamente maior em per�odo de juros b�sicos em eleva��o, para completar a poupan�a nas opera��es de cr�dito imobili�rio.
Cen�rio
No Banco do Brasil, a retirada de dinheiro tamb�m preocupa, e a institui��o j� recorreu a outras formas de capta��o, como a LCI. Dessa forma, o banco teve de reduzir o spread - diferen�a entre o custo de capta��o e o que � cobrado do cliente. Tamb�m repassou as �ltimas altas na taxa Selic. Os dois maiores bancos privados (Ita� e Bradesco) teriam mais "gordura". No Santander, os saques na poupan�a tamb�m preocupam.