Duas montadoras do Grande ABC entram em f�rias coletivas em junho, paralisando linhas de produ��o que envolvem mais de 12 mil trabalhadores. Em S�o Bernardo do Campo (SP), a Mercedes dispensou a partir de hoje at� o dia 15 os cerca de 7 mil funcion�rios da unidade. Em S�o Caetano do Sul (SP), 5,5 mil funcion�rios da General Motors v�o entrar de f�rias de 11 a 28. A partir de hoje os trabalhadores j� est�o de folga – lay-off – com previs�o de que as horas sejam compensadas no futuro. A empresa disse que as medidas s�o para ajustar a produ��o � demanda.
A Mercedes justificou as f�rias como “mais uma medida para gerenciar o excesso de pessoal”. A montadora anunciou na semana passada a demiss�o de 500 funcion�rios que estavam com contrato de trabalho suspenso – lay-off. O Sindicato dos Metal�rgicos do ABC disse que est� organizando uma s�rie de mobiliza��es para tentar reverter as dispensas.
Al�m dos empregados em f�rias na unidade da General Motors, 500 trabalhadores da empresa est�o de lay-off. O presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Caetano do Sul v� a situa��o com apreens�o. “Estamos receosos pelo que poder� ocorrer daqui para frente. � uma medida paliativa no sentido de evitar demiss�es e esperar que o mercado volte a normalidade”, ressaltou em entrevista � Ag�ncia Brasil.
Outras montadoras tamb�m tem tomado medidas semelhantes. Segundo o Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, a f�brica da Scania, em S�o Bernardo vai aproveitar o feriado de Corpus Crhisti e conceder folga para todos os trabalhadores durante esta semana. A empresa adotou em maio o sistema da semana reduzida, parando a produ��o todas as segundas-feiras.
Na Volkswagen, em S�o Bernardo, segundo o sindicato dos metal�rgicos, 220 trabalhadores entraram em lay-off hoje. Em maio, as f�rias coletivas paralisaram a produ��o da unidade de 4 a 14 de maio. O programa de demiss�o volunt�ria da empresa teve 800 ades�es.
Para a professora da Faculdade de Economia, Administra��o e Contabilidade da Universidade de S�o Paulo Adriana Marotti, as montadoras est�o tendo problemas porque projetaram expans�o do mercado neste ano. “Desde o ano passado que as montadoras estavam se preparando para um aumento de produ��o. Elas aumentaram a capacidade, imaginando um ritmo de aumento do mercado como aconteceu nos �ltimos cinco anos”, analisou.
Por�m, a redu��o de postos de trabalho n�o �, de acordo com Adriana, a �nica op��o das empresas. “Obviamente o mercado responderia muito bem se houvesse uma redu��o de pre�o”, destacou a especialista. Segundo ela, nos �ltimos meses os ve�culos dos modelos mais vendidos tiveram reajuste de pre�o acima da infla��o. Com base no cen�rio atual, Adriana n�o acredita que as empresas possam retomar o crescimento de vendas em um futuro pr�ximo, se mantida a atual pol�tica de pre�os.
De janeiro a abril, as empresas fabricantes de ve�culos cortaram 4,6 mil postos de trabalho, segundo dados da Associa��o Nacional de Fabricantes de Ve�culos Automotores. No in�cio do ano, 144,2 mil trabalhadores atuavam no setor. Em abril, o n�mero caiu para 139,6 mil. Em rela��o a abril de 2014, o n�mero de trabalhadores no setor foi reduzido em 14,6 mil. A produ��o de ve�culos tamb�m teve queda em abril, quando foram fabricados 14,5 % menos que no m�s anterior. Em rela��o a abril do ano passado, a queda corresponde a 21,7%.