A Volkswagen est� negociando com o Sindicato dos Metal�rgicos do ABC paulista um novo lay-off (suspens�o tempor�ria dos contratos) para trabalhadores da linha de produ��o da f�brica de S�o Bernardo do Campo (SP). Segundo o presidente da entidade, Rafael Marques, a montadora diz ter um excedente de 2 mil funcion�rios na unidade que poder� ser afastado. A empresa n�o se pronunciou.
"Ainda n�o est� fechado, mas h� fortes ind�cios de que vai haver um novo lay-off", comentou o dirigente sindical em entrevista ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, nesta segunda-feira. Ele ponderou que pediu � montadora para esperar o lan�amento do Programa de Prote��o ao Emprego (PPE), que prev� a redu��o da jornada de trabalho com redu��o proporcional dos sal�rios, para tomar a decis�o. O governo prometeu lan�ar o programa at� o fim de junho deste ano.
Na f�brica do ABC da Volkswagen, j� h� 220 metal�rgicos com contratos suspensos desde 1º de junho deste ano at� outubro. Al�m deles, a montadora possui 370 trabalhadores em lay-off em Taubat� (SP), sendo 250 desde o fim de mar�o e 120 desde o final de abril - em ambos os casos, por cinco meses. A empresa tem ainda 570 funcion�rios afastados na f�brica de S�o Jos� dos Pinhais (PR) desde o come�o de abril, tamb�m por cinco meses.
Mercedes
Marques afirmou que o sindicato tamb�m recomendou � Mercedes-Benz a esperar o lan�amento do PPE para decidir o futuro dos 1.750 metal�rgicos considerados excedentes em S�o Bernardo. Na f�brica, j� h� 250 funcion�rios em lay-off at� setembro. No in�cio de junho, cerca de 500 trabalhadores da unidade foram demitidos, sendo 330 por decis�o da empresa e o 120 por meio de um programa de demiss�o volunt�ria (PDV).
PPE
O dirigente sindical afirmou que os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Miguel Rossetto, prometeram que o PPE ser� lan�ado at� 30 de junho, por meio de Medida Provis�ria (MP). "Ele tem que sair. Nas negocia��es com as empresas estou partindo do pressuposto de que a proposta est� praticamente finalizada", comentou.
Marques explicou que as centrais sindicais reivindicaram 50%, mas o "mais prov�vel" � que a MP preveja redu��o de at� 30% da jornada de trabalho, com 15% do sal�rio sendo compensado pelo governo, por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Os outros 15% ser�o tema de discuss�o entre os sindicatos e as empresas. "N�o partimos do pressuposto de que o trabalhador vai ter alguma perda", disse.
O dirigente sindical defendeu que, se o governo vai arcar com metade da redu��o salarial, a empresa deve ser a respons�vel por arcar com a outra metade. Marques lembrou que, durante a crise financeira de 2008, alguns sindicatos no Brasil fizeram acordos com as empresas para redu��o da jornada e que "todos os acordos eram metade/metade" entre as companhias e o governo.
Ele ressaltou ainda que, nos acordos de lay-off fechados entre o sindicato do ABC e as montadoras, as empresas complementam o sal�rio do trabalhador. Ou seja, arcam com a diferen�a entre os R$ 1,3 mil pagos pelo FAT e o resto do sal�rio do metal�rgico. "N�o vai ser diferente no PPE. A ideia do programa � manter o funcion�rio trabalhando e a renda preservada para que o efeito da crise n�o se espalhe pela regi�o", argumenta.