A eleva��o da taxa b�sica de juros aos 14,25% ao ano mant�m o Brasil na lideran�a no ranking mundial de taxa real de juros, mostra pesquisa elaborada pela consultoria Moneyou. Com a alta de 0,5 ponto percentual na reuni�o desta quarta-feira do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central, os juros descontados a infla��o projetada para os pr�ximos 12 meses atingiram 4,6% ao ano. China (3,3%) e �ndia (2,14%) ocupam os dois lugares seguintes no ranking que analisa os dados de 40 pa�ses. � o maior patamar nominal desde agosto de 2006, quando a Selic era de 14,75%.
A eleva��o repete o vaiv�m dos juros no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). No primeiro mandato, os juros estiveram numa gangorra. O indicador em janeiro de 2011 era de 11,25% ao ano. Com seguidas quedas, em outubro de 2012, os juros foram para o menor patamar da hist�ria – 7,25%. A partir da reuni�o de abril de 2013, nova escalada at� a retomada do posto de maiores juros reais do mundo neste ano. Segundo o boletim Focus, a Selic deve encerrar o ano nos atuais 14,25%.
Apesar da pol�tica de eleva��o dos juros, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) permanece acima do teto da meta (6,5%). Em 12 meses, a infla��o oficial est� em 8,89%, com proje��o de encerrar o ano em 9,23%. Sem o impacto inflacion�rio de reajustes na conta de luz e nos combust�veis, que contribu�ram fortemente para a eleva��o dos juros neste ano, a expectativa para 2016 � de nova onda de queda, com o indicador encerrando o ano em 12% ao ano, segundo a �ltima pesquisa Focus.
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Segundo o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, “j� passou da hora de parar com os aumentos da Selic”, que ele classifica de “overdose de juros”. O representante afirma que o governo federal deveria reduzir o tamanho do Estado na economia. Com n�meros negativos em indicadores importantes, como emprego e confian�a do empresariado, Olavo afirma que o Banco Central demonstra “completa falta de sensibilidade com a realidade econ�mica” ao elevar a taxa de juros, o que pode contribuir para o aprofundamento da queda da atividade produtiva, consumo e investimento. “Em todas as regi�es do pa�s, a produ��o e o consumo confirmam um quadro de recess�o que s� se aprofunda e o BC continua insistindo no mesmo rem�dio”, cr�tica.
No varejo, o presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, considera as seguidas eleva��es dos juros indutores da redu��o do consumo. Segundo a entidade, nos cinco primeiros meses do ano, as vendas do setor ca�ram 2,97% na compara��o com igual per�odo do ano passado – primeira queda do setor em nove anos. “O aumento impacta diretamente nos �ndices de recupera��o de cr�dito, pois os juros elevados dificultam a capacidade dos consumidores em negociar seus d�bitos”, afirma Falci. E acrescenta: no primeiro semestre deste ano, houve queda de 6,48% no n�mero de consumidores que regularizaram as d�vidas no Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC) da CDL-BH.