O Banco Central revisou mais uma vez para cima sua proje��o para os pre�os administrados de 2015, conforme a ata do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), divulgada nesta quinta-feira. Para a autoridade monet�ria, esse conjunto de itens apresentar� eleva��o de 14,8% este ano, e n�o mais de 12,7% como constava na edi��o anterior. No documento de abril, a previs�o era de 11,8% e, no de mar�o, de 10,7%.
Para 2016, a diretoria prev� agora uma taxa de 5,7% ante 5,3% de abril e junho e de 5,2% de mar�o. Estas previs�es ajudaram a formar a base para que o colegiado ampliasse na semana passada a taxa b�sica de juros (Selic) de 13,75% para 14,25% ao ano.
Apesar dos sucessivos aumentos, o par�metro do BC ainda est� em um patamar mais baixo do que a expectativa de analistas do mercado financeiro. No Relat�rio de Mercado Focus da �ltima segunda-feira, a mediana das proje��es para os pre�os administrados estava em 15,12% para este ano e em 6% para o pr�ximo.
A ata de hoje revela que, para estimar a eleva��o desses itens, o BC considerou uma alta de 50,9% da tarifa de energia el�trica este ano. Na edi��o de junho, a previs�o era de 41%. No caso de telefonia fixa, a autoridade monet�ria prev� agora uma queda de 3,0% ante baixa de 4,4% da ata anterior. A diretoria tamb�m levou em conta a hip�tese de eleva��o de 9,2% do pre�o da gasolina (antes estava em 9,1%) e de alta de 4,6% do pre�o do botij�o de g�s, substituindo a taxa de 3%.
A previs�o para a infla��o de 2016 ficou est�vel no cen�rio de refer�ncia e segue acima do centro da meta de 4,5% que o BC promete entregar no fim do ano que vem. No caso do cen�rio de mercado, a proje��o da autoridade monet�ria tamb�m mostrou estabilidade e segue acima do centro da meta. A meta � fixada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN) e est� em 4,5% para este ano e tamb�m para 2016 e 2017, sendo que nesse ano, a margem de toler�ncia ser� reduzida de 2 pontos porcentuais (pp) para cima ou para baixo para 1,5 pp.
No Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI) mais recente, divulgado em junho, a estimativa do BC para o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano que vem estava em 4,8% no cen�rio de refer�ncia e em 5,1% no de mercado. A atualiza��o do RTI ser� feita no m�s que vem. Na pr�xima semana, o diretor de Pol�tica Econ�mica, Luiz Awazu Pereira da Silva, se encontrar� com analistas do setor privado do Rio de Janeiro e de S�o Paulo para obter mais percep��es para a confec��o do documento.
Nesse mesmo documento de junho, o BC informou que a chance de estouro da meta do ano que vem era de 15%. No Relat�rio de Mercado Focus da �ltima segunda-feira, a mediana das estimativas dos analistas para o IPCA de 2016 permaneceu em 5,40%.
A ata de hoje ressalta que o cen�rio de refer�ncia leva em conta manuten��o da taxa de c�mbio em R$ 3,25 e Selic em 13,75% ao ano "durante todo o horizonte relevante". No documento anterior, o BC trabalhava com a cota��o do d�lar em R$ 3,15. J� o cen�rio de mercado considera estimativas para c�mbio e juros de analistas de mercado �s v�speras do encontro da diretoria para definir o rumo da Selic.
C�mbio
O BC informou ter mudado sua premissa para o c�mbio de R$ 3,15 para R$ 3,25 pelo cen�rio de refer�ncia. O valor considerado para o d�lar est� abaixo do negociado no dia em que o colegiado decidiu subir a Selic de 13,75% ao ano para 14,25%. Na quarta-feira passada, o d�lar � vista fechou em R$ 3,3300.
O valor de taxa de c�mbio utilizado na ata � mais elevado do que a cota��o de R$ 3,10 considerada no Relat�rio Trimestral de Infla��o de junho. Apesar desse ajuste feito pelo BC, a premissa usada na data do Copom j� est� desatualizada, j� que ontem a moeda americana terminou o dia cotada a R$ 3,489. Para os juros, o colegiado considerou a taxa de,13,75% ao ano.
O realinhamento dos pre�os dom�sticos em rela��o aos internacionais - via alta do d�lar - vem sendo apontado pelo BC como um dos principais fatores de press�o para a infla��o no curto prazo ao lado do ajuste de pre�os administrados ou monitorados pelo governo.