Bras�lia, 10 - Em meio � crise econ�mica e pol�tica, a presidente Dilma Rousseff volta seus olhos para o exterior. At� o final do ano, deve fazer pelo menos oito viagens, incluindo c�pulas como o G20, na Turquia, e visitas de Estado - Col�mbia, Jap�o e Vietn� -, uma m�dia mais alta do que os anos anteriores. A raz�o para esse interesse fora das fronteiras � a economia. Mais do que tentar vender o Brasil l� fora, Dilma quer convencer os mercados de que a situa��o n�o � t�o ruim quanto parece e que seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, � o esteio das mudan�as econ�micas e veio para ficar, apesar das cr�ticas internas.
Apesar da racionalidade das explica��es de economistas - mesmo estrangeiros - de que � mais dif�cil economizar com uma forte queda da arrecada��o, o Planalto reconhece que "pegou muito mal l� fora", nas palavras de um assessor pr�ximo da presidente, o abandono da meta inicial na metade do primeiro ano de governo.
Grau de investimento
O abandono da meta amea�a ser a gota d’�gua que pode tirar o grau de investimento do Brasil. No final de julho, a ag�ncia de ratinga Standard & Poor’s manteve o grau brasileiro, mas com uma tend�ncia negativa - ou seja, em uma pr�xima revis�o, se nada mudar, o Pa�s pode perder o selo de "bom pagador". Se isso acontecer, o Pa�s passa a ter mais dificuldade de captar recursos l� fora, tendo de pagar juros mais altos, algo que, na pr�tica, j� vem acontecendo, mas num grau menor do que com a oficializa��o pelas ag�ncias de risco.
O p�riplo da presidente tem como foco mostrar que o Brasil n�o corre o risco de deixar de pagar suas contas. Apesar da crise, refor�ar� a presidente, o Pa�s ainda recebe investimentos em n�mero razo�vel e tem mais de US$ 300 milh�es em reservas.
A percep��o no governo � que os ouvidos no exterior est�o mais abertos e s�o mais racionais do que dentro do Pa�s, onde a contamina��o pela crise pol�tica � maior. A avalia��o � que, ao convencer o mercado externo, isso seria aos poucos transferido para o interno.
A segunda preocupa��o da presidente � tentar atrair mais investidores para o pacote de concess�es que o governo planeja para o in�cio do pr�ximo ano. Com a crise no Brasil, o interesse pelas obras de infraestrutura no Pa�s fraquejou, mesmo com a desvaloriza��o do real tendo tornado os investimentos aqui mais baratos.
Mas, em pleno ajuste fiscal, o governo brasileiro precisa mais do que nunca mostrar que � seguro investir no Pa�s. O pacote de concess�es, que inclui portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, prev� investimentos de quase R$ 200 bilh�es at� 2018.