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Estado de Minas

Brasileiro se endivida, investe menos e finan�as pioram 9,5% no primeiro semestre

Pre�os em alta s�o o principal motivo apontado para o descontrole do or�amento


postado em 10/08/2015 08:31 / atualizado em 10/08/2015 08:56

Com contas no vermelho, mais d�vidas e menos investimentos, as finan�as dos brasileiros pioraram 9,5% no primeiro semestre, segundo o �ndice de Sa�de Financeira calculado pelo GuiaBolso. Em uma escala que vai de zero a 700, o indicador fechou junho em 389 pontos, ante 430 em janeiro. Pre�os em alta s�o o principal motivo apontado para o descontrole do or�amento.

"O or�amento foi impactado pela infla��o. Come�amos a ver uma influ�ncia do desemprego, mas ainda est� no in�cio", afirma o presidente do GuiaBolso, Thiago Alvarez. Ele conta que, entre os pesquisados, as contas residenciais - basicamente energia e �gua - tiveram aumento de mais de 44%, alta considerada significativa.

A empresa, que desenvolveu um aplicativo de finan�as pessoais que hoje conta com 950 mil usu�rios, fez a pesquisa com base em uma amostragem de 10 mil pessoas, segmentadas por regi�o e renda. O aplicativo tem acesso � movimenta��o da conta corrente dos usu�rios, para assim construir uma esp�cie de planilha autom�tica que aponta onde eles est�o gastando o dinheiro.

Com base nesses dados, foi montado o �ndice de Sa�de Financeira, formado por tr�s categorias: fluxo de caixa (se o usu�rio gastou menos do que ganha no m�s), d�vidas (se houve aumento do uso do cheque especial) e investimentos (se a pessoa aplicou parte dos recursos).

O indicador piorou nos tr�s quesitos. "Em janeiro e fevereiro, o �ndice era considerado saud�vel, mas passou para o n�vel febril nos meses seguintes, em que o fluxo de caixa na m�dia se manteve negativo", diz Alvarez. Com os gastos maiores do que os ganhos, a sa�da encontrada por muitos foi recorrer ao cheque especial. "N�o sobrou nada para investir", comenta.

Em junho, mais da metade dos pesquisados (52%) gastou mais do que a renda, contra 48% em maio. Aproximadamente 13% utilizaram o cheque especial, pagando em m�dia R$ 179 em juros. E 68% resgataram mais dinheiro do que investiram.

Para equilibrar o or�amento, a sugest�o � anotar os gastos e conhecer a renda. O GuiaBolso calcula que o brasileiro superestima a renda em 7%, pois esquece de descontar os impostos e contribui��es do holerite.

"A renda encurtou e os pre�os subiram, mas a nossa velocidade para abrir m�o de h�bitos conquistados, como a TV a cabo, n�o � a mesma do que a das mudan�as financeiras", diz o professor do Instituto Educacional da BM&FBovespa, Arthur Vieira de Moraes. Ele explica que o planejamento financeiro n�o precisa ser algo complexo. Basta um primeiro passo para que a pessoa saiba onde est� errando. "Em um m�s que o consumidor anotar os gastos, ele j� vai conseguir ver como est� o or�amento", avalia. Para isso, o interessado pode utilizar aplicativos como o GuiaBolso, planilhas online como a da Bolsa ou mesmo fazer seu pr�prio or�amento.

O cheque especial, uma das modalidades mais caras de cr�dito (em junho, a taxa de juros atingiu 241,3% ao ano), � um bom instrumento de financiamento, desde que usado com cautela. Os especialistas indicam que o cheque especial deve ser usado por no m�ximo tr�s dias. Acima disso, j� � melhor utilizar outras linhas de juro menor, como o cr�dito consignado ou mesmo o pessoal.

Caso a pessoa j� esteja endividada, a recomenda��o � estancar a d�vida do cheque especial, al�m de tentar uma negocia��o com o credor. "� preciso trocar a d�vida cara pela barata, se � que existe d�vida barata no Brasil", diz o professor. "A d�vida mais adequada seria aquela com um juro em torno de 5% ao m�s. Com o dinheiro em m�o, � poss�vel pagar o que deve negociando um desconto", diz.

Quest�o cultural

A pontua��o do �ndice, que no m�ximo pode somar 700, se divide igualmente entre tr�s categorias, sendo que cada uma delas chega a 233 pontos aproximadamente. Dos tr�s par�metros, o investimento foi o aspecto que mais piorou no semestre, tendo recuado 21%. Alvarez comenta que pesa no resultado o aspecto sazonal, j� que, em janeiro, a popula��o em geral est� com mais recursos devido ao 13º sal�rio e ao pagamento de bonifica��es.

Chama a aten��o o fato de o investimento ser a categoria de menor pontua��o entre as tr�s do �ndice. Em nenhum m�s chegou a alcan�ar 100 pontos. Nesta quest�o, diz Moraes, pode pesar a falta de cultura de investimento do brasileiro, que ainda aplica pouco, mesmo havendo mais informa��es e produtos no mercado.

Deixar o dinheiro parado na conta corrente � uma p�ssima op��o, principalmente em um pa�s no qual a infla��o � alta. Um estudo do Instituto Assaf mostra a perda do valor da moeda no tempo. Um brasileiro que deixou R$ 100 na conta corrente em 1994 hoje teria o equivalente a R$ 19,89, por causa da infla��o acumulada de 402,74% nestes 21 anos de Plano Real.

Especialistas lembram que o momento do cen�rio econ�mico n�o � dos melhores, mas que h� oportunidades entre os investimentos. "Se o Brasil tem o maior juro do mundo, isso � p�ssimo para quem paga e �timo para quem empresta. Todo mundo devia ter como meta deixar de ser devedor para ser credor. � uma quest�o de escolha", afirma o professor do instituto da Bolsa.


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