Envolvida na Opera��o Lava-Jato, que resultou na pris�o de seu ex-presidente executivo, a Odebrecht estuda participar de novas concess�es de aeroportos. O bra�o de transportes do grupo pode refor�ar a aposta no setor ap�s sua primeira concess�o no pa�s, o Gale�o, no Rio, registrar alta de 3% no fluxo de passageiros em 2015 - em plena crise econ�mica que provocou redu��o da malha das companhias a�reas nacionais e do fluxo de passageiros corporativos. Neste ter�a-feira, em balan�o das opera��es, a empresa descartou impactos das investiga��es no projeto, que prev� mais R$ 2 bilh�es em investimentos at� abril.
"As concess�es ainda est�o em per�odo de estudos. Mas vamos avali�-las para participar", afirmou Luiz Rocha, presidente da concession�ria RIOgale�o, que opera o terminal. Anunciado em junho, o plano do governo para retomar obras de infraestrutura no pa�s prev� a concess�o de quatro terminais: Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florian�polis, com expectativa de atra��o de R$ 8,4 bilh�es.
Rocha destacou a "independ�ncia" da concession�ria e da Odebrecht Transport, bra�o do grupo que comanda os investimentos no setor, para refutar impactos das investiga��es sobre as obras do terminal com vistas aos Jogos Ol�mpicos. Mas a Pol�cia Federal n�o descarta investigar as concess�es de cinco aeroportos, realizadas desde 2012, ap�s encontrar cita��es aos projetos em uma lista do doleiro Alberto Youssef, piv� das investiga��es sobre o cartel entre empreiteiras em obras do governo.
"N�o temos nenhuma esp�cie de preocupa��o. A Odebrecht Transport � uma das 15 empresas independentes do grupo, n�o sofre nenhuma investiga��o e tem capital pr�prio. O aeroporto tamb�m tem estrutura de governan�a pr�pria e n�o sofre nenhuma influ�ncia da opera��o", frisou Luiz Rocha.
A empresa est� associada ao grupo Changi Airports, respons�vel pelo terminal de Cingapura, na gest�o do novo Aeroporto Tom Jobim. Tamb�m comp�e o cons�rcio a Infraero, com quem o grupo dividiu um valor recorde de outorga: R$ 19 bilh�es, pagos em 2013. Al�m do montante j� desembolsado, o grupo planeja investir R$ 5 bilh�es em 25 anos, sendo R$ 2 bilh�es at� abril, para complementar as obras de infraestrutura e amplia��o do terminal.
O f�lego para os investimentos v�m da alta do fluxo de passageiros, de 3% mesmo com cen�rio adverso no Pa�s. "Mesmo com a Copa no �ltimo ano e com a condi��o econ�mica que todos sofremos, temos crescimento no fluxo. Isso � um avan�o significativo", afirmou Rocha. Com os passageiros, a expectativa � de crescimento tamb�m nas receitas comerciais, com a abertura de 60 novas lojas e restaurantes. A concession�ria aposta na diversifica��o dos neg�cios, com amplia��o no terminal de cargas.
Obras
No canteiro de obras da chamada Fase Ol�mpica, cerca de 5 mil oper�rios trabalham 24 horas por dia para finalizar estacionamentos, p�er e sagu�o de passageiros, com 100 mil metros quadrados e mais 26 pontes de embarque, al�m de p�tio de aeronaves e revitaliza��o dos dois terminais j� em uso. No conjunto, as obras est�o com avan�o de 60% a oito meses do prazo contratual para entrega.
O cons�rcio assumiu a conclus�o da primeira entre tr�s etapas de obras contratadas pela Infraero para a Copa do Mundo. Os contratos originais foram suspensos, a concession�ria discute com a s�cia estatal o que fazer com obras n�o finalizadas - algumas nem sequer iniciadas. Enquanto isso, a revitaliza��o do terminal 1, o mais antigo, j� apresenta resultados, com melhora na sinaliza��o, torres de recarga de celular, climatiza��o, novas escadas rolantes, esteiras e guich�s de check-in.
A �rea mais aguardada - o novo p�er de passageiros que concentrar� as opera��es com 1,5 milh�o de passageiros esperados durante os jogos - tem avan�o de 45%, segundo o gerente de produ��o, Pedro Buonsante. O esqueleto est� pronto, e a pr�xima fase � instalar cobertura e revestimento de vidro e alum�nio, al�m do granito nos pisos. "O desafio maior � log�stico, com 70 caminh�es circulando no p�tio. Como fazer isso sem atrapalhar o dia a dia do aeroporto?", questiona o gerente.
Nas ilustra��es que alimentam o imagin�rio dos passageiros, v�-se um terminal espa�oso, com instala��es e acabamento de luxo, novas salas vips, pra�as de alimenta��o e ampla �rea comercial. Est�o previstas novas 14 esteiras rolantes para conectar as �reas de embarque, al�m de elevadores e sistemas de refrigera��o - queixas recorrentes dos usu�rios. "Os cariocas voltar�o a ter orgulho de seu aeroporto. A experi�ncia do passageiro vai ser modificada radicalmente", concluiu Rocha.