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Estado de Minas

MTE encontra 11 oper�rios em condi��o an�loga � escravid�o em obra ol�mpica


postado em 14/08/2015 19:01 / atualizado em 14/08/2015 19:17

Onze oper�rios foram encontrados em condi��es an�logas � escravid�o nas obras do Projeto Ilha Pura, complexo que sediar� a Vila Ol�mpica dos Jogos 2016, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Durante fiscaliza��o do Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) e do Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE), os trabalhadores foram encontrados em situa��o degradante, vivendo em uma casa e duas quitinetes da favela Beira Rio, no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste), "sem estrutura e condi��es m�nimas de higiene", informa nota do MPT.

Com 3.600 apartamentos, o complexo do Projeto Ilha Pura � erguido por um cons�rcio formado pelas construtoras Odebrecht e Carvalho Hosken. Os trabalhadores sa�ram de Estados como Maranh�o, Para�ba, Bahia e Esp�rito Santo. Receberam a promessa de alojamento, refei��es e reembolso de passagem da empreiteira Brasil Global, que presta servi�o para o cons�rcio.

"Havia baratas, ratos e esgoto nas resid�ncias, muitos dormiam no exterior do im�vel, tamanha a sujeira", disse a procuradora do trabalho Val�ria Correa, respons�vel pela investiga��o. A Brasil Global tamb�m deixou de pagar o aluguel como foi acordado. Houve um caso de at� 30 pessoas viverem no mesmo im�vel.


Os contratos dos funcion�rios foram rescindidos. A empreiteira pagou cerca de R$ 70 mil por f�rias, 13º sal�rio e FGTS. Tamb�m teve de reembolsar os oper�rios pelos gastos com a passagem a�rea para o Rio de Janeiro, custear o retorno para os Estados de origem e hosped�-los em hotel. O acordo, assinado na semana passada, foi divulgado nesta sexta-feira.

Os procuradores do MPT v�o ingressar com a��o para cobrar indeniza��o por danos coletivos e individuais. A Brasil Global se recusou a indeniz�-los por esses danos. Tamb�m v�o investigar a responsabilidade solid�ria das construtoras que atuam nas obras na Vila Ol�mpica. Apurar�o ainda outras irregularidades trabalhistas, como atraso no pagamento de sal�rios, aus�ncia de intervalo para descanso intrajornada e n�o pagamento de verbas rescis�rias. Cerca de 300 oper�rios trabalham para a Brasil Global.

O Projeto Ilha Pura informou que o cons�rcio "mant�m procedimentos rigorosos" nas rela��es trabalhistas. "Sobre as acusa��es que envolvem a Global Brasil Servi�os, a Ilha Pura esclarece que apura as informa��es e que est� � disposi��o para colaborar com as autoridades. A empresa afirma que o respeito � legisla��o trabalhista � uma prioridade em suas obras, onde j� atuaram mais de 18 mil pessoas", diz a nota. A Brasil Global n�o se pronunciou at� a conclus�o desta reportagem.

O Ilha Pura ser� um condom�nio de 31 edif�cios, em uma �rea de 820 mil metros quadrados. Durante a Olimp�ada, 11 mil atletas se hospedar�o no local, em apartamentos que t�m entre 77 metros quadrados e 230 metros quadrados.

Em recente entrevista � BBC Brasil, o empres�rio Carlos Carvalho, dono da Carvalho Hosken, defendeu que o complexo residencial seja destinado a moradores de alto poder aquisitivo e pediu a retirada de favelas do entorno, como a Vila Aut�dromo. "Voc� n�o pode ficar morando num apartamento e convivendo com �ndio do lado, por exemplo. N�s n�o temos nada contra o �ndio, mas tem certas coisas que n�o d�. Voc� est� fedendo. O que eu vou fazer? Vou ficar perto de voc�? Eu n�o, vou procurar outro lugar para ficar", disse. As declara��es foram criticadas na organiza��o da Olimp�ada. (Colaborou Danielle Villela)


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