O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou nesta quarta-feira, durante discurso no 34º Encontro Nacional de Com�rcio Exterior (Enaex), no Rio, que melhorar a competitividade do pa�s passa por promover pol�ticas horizontais, que n�o gerem benef�cios pontuais a um ou outro setor. "Mais importante que uma desonera��o aqui, outra ali, � ter uma pol�tica macroecon�mica favor�vel ao crescimento, � exporta��o", disse. "Temos compromisso de apoiar essas iniciativas que melhorem a competitividade do pa�s. E o trabalho come�a com pol�ticas horizontais", afirmou o ministro.
Aproveitar a oportunidade dada pelo c�mbio mais desvalorizado tamb�m faz parte dessa nova agenda, sem "tentar segurar coisas que s�o da natureza". Segundo Levy, a distor��o de pre�os gera uma pior aloca��o de recursos. "A gente acaba gastando mais para fazer menos", disse.
Outro ponto importante para melhorar a competitividade do pa�s, refor�ou o ministro, � a tranquilidade no aspecto fiscal. "Temos que ter condi��o e disposi��o de pagar o que � exigido pelo pacto social. Ao mesmo tempo, n�o podemos sair com novas despesas. Essa � a base de uma economia que trabalha de forma eficiente", disse Levy.
Pol�ticas antic�clicas
Levy comentou que as pol�ticas antic�clicas adotadas por diversos pa�ses para enfrentar o per�odo p�s-crise s�o tempor�rias, e agora o Brasil deve se voltar para seus problemas estruturais e trabalhar para ser competitivo. Segundo ele, um dos primeiros pontos desse novo momento da economia brasileira foi o ajuste do c�mbio.
"Este � o momento de o Brasil olhar os problemas estruturais, fundamentais, acertar as coisas que precisam ser acertadas para ser realmente competitivo", disse Levy. "O governo fez isso desde o dia 1º, com pol�tica monet�ria e c�mbio realista. Na medida em que a gente teve os termos de troca ajustados, em parte por causa do fim da pol�tica antic�clica na China, que derrubou os pre�os de commodities, o c�mbio se ajustou, e o governo fez o que deveria fazer, deixou o c�mbio se ajustar."
Levy lembrou que, entre 2002 e 2003, quando o pa�s enfrentou uma crise de confian�a, a "casa foi colocada em ordem porque havia perspectiva e otimismo com o futuro". Al�m disso, por conta do trabalho de disciplina fiscal e de cuidado na gest�o da economia, o governo p�de acompanhar os principais parceiros do G-20 em pol�ticas antic�clicas quando a crise mundial chegou. Evidentemente, uma pol�tica antic�clica � tempor�ria, e vimos nossos parceiros retirando isso. No fim do ano, a taxa de juros pode voltar a subir nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, h� certo esgotamento na pol�tica antic�clica da China, o boom de investimentos se esgotou. A China est� no momento de rebalanceamento da economia, e nosso momento n�o � diferente", disse o ministro.
Proex
Ap�s o presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro, fazer cr�ticas �s mudan�as no Reintegra e no Proex, Levy afirmou que as linhas de cr�dito do Proex nunca estiveram em "bases t�o s�lidas como est�o agora". Levy destacou ainda a amplia��o da alavancagem do Fundo Garantidor de Exporta��es (FGE), para "permitir maior n�mero de neg�cios", entre as boas medidas em prol do com�rcio exterior anunciadas pela equipe econ�mica.
Horas antes da chegada da chanceler da Alemanha ao Pa�s, Levy ainda destacou as a��es do Minist�rio de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (Mdic) na abertura de mercado, firmando acordos com M�xico e iniciando negocia��es com Peru e Col�mbia. "O encontro de Merkel com a presidente Dilma � importante para avan�ar no livre com�rcio com a Uni�o Europeia", disse Levy, que dever� participar do jantar de recep��o � comitiva alem� hoje � noite.
Ajuste
O ministro voltou tamb�m a defender o ajuste fiscal. Segundo Levy, o ajuste � indispens�vel, "n�o vai nos derrubar", e � preciso encontrar solu��es que reduzam os custos da economia. "Temos de encontrar solu��es que reduzam os custos da economia, ter uma pol�tica fiscal que permita que o capital internacional venha aqui e ajude a enfrentar os gargalos. A orienta��o macroecon�mica n�o pode ficar ao sabor de conveni�ncias de um setor ou outro", afirmou Levy.
Segundo Levy, a agenda de reformas sugerida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), enfrenta alguns desses pontos, como o d�ficit da Previd�ncia. Al�m disso, afirmou Levy, "precisamos pensar em como melhorar contrata��o e opera��o de contratos de infraestrutura".
