O chefe do Departamento Econ�mico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou nesta ter�a-feira, que a movimenta��o da taxa de c�mbio - o que faz as exporta��es ficarem mais competitivas, e bens e servi�os externos mais onerosos - e o momento da economia brasileira explicam o desempenho do setor externo de julho, que apresentou d�ficit de US$ 6,163 bilh�es. Ele salientou que os n�meros do m�s passado tiveram desenho semelhante ao verificado no primeiro semestre deste ano, com d�ficits inferiores a iguais per�odos de 2014.
Ao analisar os n�meros da balan�a comercial, Maciel comentou que h� retra��o das importa��es e das exporta��es no acumulado do ano. No caso de compras, a queda est� em 19,4%, refletindo, segundo ele, tanto a retra��o no volume importado quanto nos pre�os. J� nas exporta��es, a queda � de 15,8% de janeiro a julho ante igual per�odo do ano passado. Neste caso, a composi��o � diferente: os pre�os recuaram 20%, mas o volume cresceu 6,6%.
"Al�m da balan�a, a conta de servi�os mostra desempenho melhor este ano, o d�ficit diminuiu de forma significativa", disse. Segundo ele, o resultado de viagens internacionais � emblem�tico nesse sentido, com redu��o neste ano, e em rendas tamb�m.
Maciel calculou que, no acumulado do ano at� o m�s passado, o rombo das transa��es correntes est� US$ 14,2 bilh�es inferior ao de igual per�odo do ano passado. Segundo ele, houve ganho de US$ 5,2 bilh�es da balan�a comercial, de US$ 3,2 bilh�es na conta de servi�os e de US$ 3,6 bilh�es na conta de rendas, por conta, basicamente, de lucros.
Agosto
Tulio Maciel estima que em agosto o d�ficit em transa��es correntes deve ficar em US$ 4 bilh�es, o que confirmaria a tend�ncia de melhora. Ele ponderou, no entanto, que h� tamb�m uma tend�ncia de redu��o dos Investimentos Diretos no Pa�s (IDP) - recursos estrangeiros destinados ao setor produtivo. A parcial para IDP at� 21 de agosto mostra ingressos de US$ 1,8 bilh�o. Diante desse n�mero, a proje��o � de US$ 3 bilh�es para agosto.
Com rela��o a despesas de brasileiros no exterior, Maciel avalia que est�o recuando em fun��o do d�lar mais elevado e da renda do brasileiro que est� mais apertada e tem crescido a ritmo menor. Maciel observou que em junho, mesmo tirando o evento Copa do Mundo, houve um recuo de 22% nas despesas. Esse movimento se manteve no m�s seguinte e em julho o recuo foi de 30% na compara��o com igual per�odo de 20 14.
At� 21 de agosto, essas despesas l�quidas somam US$ 660 milh�es. "Esse n�mero mostra queda de 46% na compara��o com agosto do ano passado", disse Maciel. Ele ponderou ainda que outras rubricas na conta de servi�os mostraram arrefecimento. Com a corrente de com�rcio menor, as despesas de transportes, por exemplo, tamb�m recuaram. Uma das poucas contas que apresentou avan�o foi a de aluguel de equipamentos em fun��o de produ��o de petr�leo.