
Bras�lia – Esque�a as �rvores natalinas recheadas de presentes. O aumento do desemprego e da infla��o, que corroem a renda dos trabalhadores, deve manter as lojas vazias e provocar queda do faturamento do varejo. O Natal, tido como a melhor �poca para vendas no com�rcio, deve ser marcado pela troca de lembrancinhas. Para piorar, quem est� desocupado e come�ou a receber o seguro-desemprego entre abril e junho n�o ter� mais um real no or�amento no fim do ano. E isso implicar� atraso do pagamento das despesas e aumento do calote.
Com a renda achatada pela carestia, a tend�ncia das pessoas que mantiverem o emprego � de gastar menos ou at� mesmo deixar de presentear familiares e amigos. Como o resultado das vendas na data comemorativa se assemelha ao comportamento das negocia��es de mercadorias a partir de agora pelos lojistas, a Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) estima que o desempenho das lojas tenha a primeira queda desde o in�cio da s�rie hist�rica, com o pior resultado em 12 anos. O pessimismo d� o tom tamb�m da proje��o da Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que espera queda de 2% nos neg�cios no Natal.
Esse cen�rio, no entanto, � pouco prov�vel, mesmo com a expectativa de desacelera��o da infla��o �s custas da queda do n�vel de atividade econ�mica. A possibilidade de o pa�s perder o grau de investimento das ag�ncias de classifica��o de risco pode provocar mais desvaloriza��o do real frente ao d�lar e pressionar ainda mais os pre�os. Nos �ltimos 2 meses, a moeda norte-americana j� se valorizou 63%. “Esse quadro impede a melhora das expectativas e traz impactos aos segmentos de hiper e supermercados e de artigos de uso pessoal e dom�stico, que foram dois dos que mais contrataram trabalhadores tempor�rios no ano passado”, afirma Bentes.
ESTOQUES
Sem confian�a na economia, a expectativa � de que os empres�rios freiem os investimentos. A compra de produtos para forma��o de estoques a partir deste m�s ser� reduzida em rela��o ao ano passado. Com menos mercadorias para venda, Bentes acredita que as contrata��es de empregados no fim de ano ser�o inferiores �s de 2014, quando foram gerados 139,5 mil empregos tempor�rios no com�rcio. “Em m�dia, com perspectiva boa ou ruim para o Natal, o faturamento cresce cerca de 35% no varejo brasileiro. Em algumas �reas, como vestu�rio, os ganhos dobram na passagem de novembro para dezembro. “Em um cen�rio de recess�o, n�o tem como comprar para estocar, at� porque os fabricantes produzir�o menos. Ser�, sem sombra de d�vidas, um Natal em que os lojistas demandar�o menos das ind�strias, contratar�o menos e vender�o menos”, afirma o presidente da CNDL, Hon�rio Pinheiro.
SEM RENDA
Nas contas da Tend�ncias Consultoria, o poder de compra dos trabalhadores recuar� entre 7% e 8% em 2015, e uma nova retra��o deve ocorrer no pr�ximo ano. Para piorar a situa��o, quando exclu�dos os gastos com despesas essenciais – com alimentos, luz e �gua –, a queda chegar� a 11% ou 12%. O economista da Tend�ncias Rodrigo Baggi detalha que, al�m da queda na renda, os trabalhadores sem emprego passaram a atrasar o pagamento de despesas. Sem sal�rios, as faturas de energia, de telefonia e de saneamento b�sico n�o v�m sendo pagas.