O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta ter�a-feira, que o Brasil precisa olhar para frente. Tombini falou sobre o rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor's ao mencionar os erros cometidos pelo governo no passado. "Temos que olhar para frente e ver a implica��o disso para o Brasil e ver o que temos que evitar, olhando para frente", comentou o presidente do BC. Sobre o trip� macroecon�mico, Tombini disse achar "que � o modelo ideal para o Brasil no momento".
Durante audi�ncia p�blica no Senado na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE), o ministro afirmou que o BC tem que usar seus instrumentos para atingir os objetivos de incumb�ncia do BC. "Temos um arsenal de medidas e n�o temos preconceito; usamos instrumentos com cautela", disse. "O Banco Central tem que usar seus instrumentos para atingir os objetivos de incumb�ncia do BC", frisou.
Arrecada��o
Tombini ponderou que uma dificuldade para a recomposi��o do colch�o fiscal � o n�vel de arrecada��o, que est� aqu�m do ideal. Com a economia em queda, o governo tem pedido receitas. "Arrecada��o est� boa? N�o, n�o est�. Mas isso � reflexo da confian�a", disse. "Temos problema fiscal e estamos atacando. O governo anunciou medidas ontem. � suficiente isso?", ponderou sem avaliar se as medidas adotadas at� o momento eram suficientes para resolver a crise fiscal.
Autonomia
O presidente do Banco Central afirmou que a autarquia precisa de autonomia. "No caso do Brasil, n�o d� para dirigir o BC um dia sem autonomia operacional de fato", comentou. Ainda segundo Tombini, as pol�ticas monet�ria e fiscal t�m que ser manejadas de forma independente.
Ao ser questionado sobre a pol�tica fiscal e sobre a utiliza��o das reservas, Tombini se limitou a dizer que "o que falei � que, quanto mais fiscal, mais facilidade para o BC". Sobre a possibilidade de sacar as reservas do pa�s, o dirigente do Banco Central ressaltou que "tudo � poss�vel, mas eu n�o disse vamos sacar reservas".
O ministro ressaltou que a institui��o est� acompanhando a poupan�a e afirmou que os recursos est�o no sistema. "Estamos acompanhando alguns segmentos afetados por retiradas de poupan�as", enfatizou.
Resposta a cr�ticas
Em resposta a cr�ticas de parlamentares, o presidente do BC argumentou que, em 2014, havia um cen�rio de domin�ncia fiscal, com pouco espa�o para a pol�tica monet�ria atuar de forma efetiva. Ele fez a pondera��o depois de ser questionado se havia pautado sua estrat�gia em decorr�ncia das elei��es presidenciais do ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Agora, segundo ele, o quadro n�o � mais esse. "N�o h� um cen�rio de domin�ncia fiscal. A pol�tica monet�ria tem de atuar", defendeu.
"Do ponto de vista das condi��es iniciais, a domin�ncia fiscal � basicamente voc� n�o poder usar um instrumento de pol�tica monet�ria porque aumenta a din�mica de endividamento, h� mais desvaloriza��o da moeda e mais press�o por subir juros, o que vira um ciclo vicioso", explicou. "N�o h� sa�da f�cil", afirmou. Tombini argumentou ainda que o BC tem conseguido manter expectativa "l� na frente" bem ancorada para a infla��o e garantiu que "n�o h� voluntarismo do BC que baixe taxa de juros no mercado".
�nus do ajuste
O presidente do BC avaliou ainda que o pa�s est� sentido os �nus do ajuste, mas n�o os benef�cios. "Como n�s vimos, o que move as taxas de mercado n�o � necessariamente a pol�tica monet�ria, mas h� outros componentes como os pr�mios de risco", disse.
Tombini ainda considerou que o efeito do c�mbio sobre o resultado fiscal � positivo. Ele lembrou que entre perdas e ganhos com a pol�tica de reservas cambiais e o programa de swaps cambiais, o BC repassou para o Tesouro, no primeiro semestre, R$ 83,5 bilh�es - recursos que ser�o utilizados para abatimento de d�vida e n�o podem ser usados para forma��o de super�vit prim�rio. "Obviamente a deprecia��o do real gera press�o inflacion�ria, mas nada vem gr�tis", comentou.