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Estado de Minas

D�vida da Petrobras sobe mais R$ 100 bilh�es

Disparada do d�lar agravou ainda mais a situa��o financeira da estatal


postado em 23/09/2015 08:01 / atualizado em 23/09/2015 08:45

A disparada do d�lar, que atingiu na ter�a-feira, 22, a maior cota��o do Plano Real, agravou ainda mais a situa��o financeira da Petrobras. Desde de junho, a estatal j� contabilizou uma alta de cerca de R$ 100 bilh�es nas d�vidas em moeda estrangeira. Diante do novo patamar do d�lar, o endividamento da petroleira pode atingir R$ 513 bilh�es ao final de setembro, cifra equivalente a 9,4% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do Pa�s em 2014.

As estimativas foram feitas pela consultoria Econom�tica e considera a cota��o de R$ 4,04 para a moeda americana. Ontem, diante das incertezas sobre os rumos da pol�tica econ�mica brasileira, o d�lar comercial fechou a R$ 4,05.


Com mais de 70% de sua d�vida em moeda estrangeira, a estatal � extremamente vulner�vel � varia��o cambial. A rea��o dos mercados, ontem, foi imediata. As a��es da Petrobras amargaram os menores pre�os desde 2004, fechando o preg�o da BM&FBovespa com queda de 3,13% nas ordin�rias e de 4,52% nas a��es preferenciais.

As proje��es sobre o endividamento da estatal consideram a manuten��o da moeda americana no patamar m�dio de R$ 4,04 durante o terceiro trimestre do ano. Nesse caso, a d�vida em d�lar chegaria a R$ 442,3 bilh�es - uma alta de 28% em rela��o ao �ltimo trimestre, quando a estatal contabilizou em seu balan�o financeiro uma cota��o m�dia do d�lar de R$ 3,10.

Confirmadas as estimativas, o endividamento da petroleira acumular� alta de 723% desde dezembro de 2010. Segundo analistas, a explos�o da d�vida no per�odo decorre da inger�ncia pol�tica na estatal que, para conter a infla��o, segurou o reajuste dos combust�veis. Entre 2011 e o meados de 2014, enquanto o consumo de gasolina e diesel crescia e o pre�o internacional do petr�leo subia, a Petrobras era obrigada a importar combust�veis para atender o mercado interno, mas tinha de revend�-los aqui mais baratos, absorvendo a diferen�a. Para manter investimentos, a empresa recorreu a cr�dito externo.

O analista Fl�vio Conde, do blog WhatsCall, calcula que de R$ 60 bilh�es a R$ 100 bilh�es da d�vida atual devem-se � pol�tica adotada no governo da presidente Dilma Rousseff. "O endividamento � a principal quest�o da Petrobras h� muito tempo, e s� tem uma solu��o, que � um aumento de capital", pontua o especialista, ressaltando que o momento n�o � bom para isso.

A empresa negou, reiteradas vezes, a op��o por novo aumento de capital e venda de a��es. A medida tamb�m divide opini�es. "Investidores privados teriam muito receio de colocar mais recursos na empresa com esse hist�rico de inger�ncia, corrup��o e endividamento. E como um governo endividado, com uma situa��o fiscal delicada, vai colocar dinheiro?", questiona Walter De Vitto, da consultoria Tend�ncias.

Para ele, a alta do d�lar pressiona a empresa a adotar uma pol�tica mais clara de reajustes, com efetiva paridade com os pre�os internacionais. Dessa forma, ela poderia ampliar suas receitas com a exporta��o de combust�veis. "N�o levar a cabo a paridade de pre�os � uma medida suicida nesse momento. Caso haja o compromisso de elevar pre�os de diesel e gasolina, a alta do d�lar se anularia com a melhora das receitas", avalia.

Alavancagem

Com a alta da d�vida, cresce a alavancagem da empresa, ou seja, o tamanho dos d�bitos em compara��o com o porte da companhia. Analistas olham para indicadores de alavancagem para estimar a capacidade uma empresa pagar suas d�vidas.

Segundo c�lculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), com a alta do d�lar, um desses indicadores, a rela��o entre o endividamento l�quido e o patrim�nio, chegaria a 58% - ante 51% no segundo trimestre. A estatal define como 35% patamar aceit�vel para esse �ndice. Outro indicador de alavancagem (d�vida l�quida em compara��o com gera��o de caixa) subiu de 1 vez, no encerramento de 2010, para 4,64 vezes, no segundo trimestre.

A Petrobras poderia ter amargado n�meros ainda piores de endividamento, n�o fosse a decis�o de adotar "hedge" - opera��o financeira que "proteger" o resultado das companhias diante da varia��o cambial. Como desde maio de 2013 a moeda norte-americana est� em trajet�ria de alta, esse tipo de prote��o foi adotada para evitar maiores despesas financeiras. Segundo a empresa, cerca de 70% das d�vidas em moeda estrangeiras s�o protegidas.

"Se uma empresa n�o adota alguma estrat�gia, o d�lar em alta gera uma despesa de varia��o cambial", destaca o coordenador do Grupo de Estudos em Direito e Contabilidade da FGV-SP, Edison Fernandes.


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