A ag�ncia de classifica��o de risco Fitch rebaixou a nota do Brasil, mas manteve o grau de investimento. A nota passou de BBB para BBB- e foi mantida a perspectiva negativa. Essa nota (BBB-) � a �ltima do grau de investimento. Se o pa�s for rebaixado mais uma vez, cai para a categoria de investimento de risco (a partir de BB+).
De acordo com a Fitch, a decis�o reflete o crescimento do peso da d�vida brasileira, o aumento dos desafios para consolida��o fiscal e a piora do cen�rio econ�mico. Segundo a ag�ncia, a perspectiva negativa deve persistir enquanto a incerteza pol�tica continuar pesando sobre a confian�a, atrasando a recupera��o do investimento e do crescimento e aumentando os riscos para a consolida��o de um Or�amento a m�dio prazo, necess�rio para a estabiliza��o da d�vida.
"O ambiente pol�tico dif�cil est� dificultando o progresso na agenda legislativa do governo", afirma a Fitch, apontando que esse problema reverbera negativamente para a economia em geral. A perspectiva negativa reflete a vis�o de que a performance abaixo do desejado deve persistir, enquanto a incerteza pol�tica continua a pesar na confian�a mais ampla, o atraso em uma rea��o nos investimentos e no crescimento, o aumento nos riscos para a consolida��o fiscal de m�dio prazo, "necess�rios para a estabiliza��o da d�vida".
A Fitch diz que o impacto antecipado da recess�o econ�mica sobre as receitas do governo e a dificuldade para implementar medidas para compensar o cen�rio pol�tico "complicado" minaram a estrat�gia de consolida��o fiscal do governo. "Consequentemente, em julho o governo reduziu suas metas de super�vit prim�rio substancialmente para 2015 e adiante", diz a ag�ncia. "Em outro rev�s para a credibilidade fiscal, o governo entregou o or�amento de 2016 com uma meta fiscal ainda mais fraca."
A ag�ncia aponta que, ainda que o governo esteja trabalhando em certas propostas tribut�rias e de gastos para retomar o padr�o fiscal contido nas proje��es de julho, permanece havendo "incerteza consider�vel" sobre sua implementa��o, "especialmente no contexto do atual impasse pol�tico". "Conter os gastos discricion�rios ganha import�ncia", afirma a ag�ncia, a luz de uma carga tribut�ria j� alta e da rigidez do or�amento, de limites a mais cortes em gastos discricion�rios e uma recupera��o econ�mica fraca. "Essas medidas, por�m, exigem um consenso e apoio pol�tico mais amplos, o que pode ser dif�cil de obter", afirma a Fitch.
A ag�ncia projeta atualmente que o d�ficit do governo geral do Brasil piore para perto de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, devido aos juros mais altos, em parte refletindo as perdas nos swaps cambiais oferecidos pelo banco central. Os d�ficits fiscais m�dios durante o per�odo 2016-2017 devem permanecer elevados, em mais de 6% do PIB, baseados na expectativa da Fitch de que o governo ter� dificuldade de atingir suas metas de super�vit prim�rio de 0,7% e de 1,3% do PIB em 2016 e 2017, respectivamente. "A Fitch prev� um equil�brio fiscal em 2016 e um super�vit de 0,5% do PIB em 2017, ainda que os riscos de baixa persistam, nas previs�es da ag�ncia. "Como resultado, a Fitch prev� que o endividamento do governo brasileiro chegue perto de 70% do PIB em 2016, "significativamente acima da mediana BBB de 43%", e que ele continuar� a avan�ar em 2017. (Com ag�ncias)