Bras�lia, 12 - O ex-presidente do Estados Unidos Bill Clinton afirmou que "o navio do Brasil n�o est� afundando" e pediu que brasileiros olhassem para o longo prazo. No encerramento do Encontro Nacional da Ind�stria, realizado em Bras�lia pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Clinton tentou resgatar a confian�a do empresariado, apontando que o pa�s passa por um momento dif�cil, mas que, em cinco anos, eles se perguntar�o por que estavam t�o preocupados.
"Mesmo com a crise pol�tica, h� mais coisa boa aqui do que ruim. E o mundo precisa que o Brasil tenha �xito", afirmou. Clinton disse ainda que "todo americano tem interesse em ver o sucesso pol�tico e econ�mico do Brasil" e afirmou que o Estados Unidos precisam que seu maior parceiro pol�tico se consolide nas Am�ricas.
Bem-humorado, o ex-presidente brincou com a plateia e disse que s� foi convidado porque, infelizmente, sua esposa Hillary Clinton, pr�-candidata do Democratas � presid�ncia dos Estados Unidos, n�o poderia vir. Clinton tamb�m saudou os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula. "Foi um grande prazer para mim ser um presidente na d�cada de 90 e trabalhar com FHC, ver o nascimento do programa Bolsa Escola, que se expandiu com o presidente Lula e se transformou no Bolsa Fam�lia."
Segundo Clinton, assim como a Europa enfrenta o desafio da imigra��o, o Brasil enfrenta a queda na demanda. "A diminui��o da demanda da China � o desafio do momento. Sabemos que o Brasil depende muito das exporta��es e que sofre com a queda nos pre�os do petr�leo e das commodities. Os chineses n�o v�o mais poder comprar tanto do Brasil."
Por outro lado, o ex-presidente destacou conquistas que ocorreram no Pa�s nas �ltimas d�cadas. "Vejam a amplitude do desenvolvimento econ�mico e social, vejam o sucesso que o Brasil teve em conter a destrui��o da Amaz�nia, o �xito na pol�tica energ�tica e na condu��o pol�tica como um todo." E pediu que os empres�rios tenham foco no contexto geral. "� natural que fatos negativos dominem as manchetes, mas o futuro � mais ligado �s tend�ncias de longo prazo."
O ex-presidente norte-americano tamb�m comentou a quest�o pol�tica nacional e o embate travado pelo governo com o Congresso, mas evitou tocar no nome da presidente Dilma Rousseff. "O Brasil e outros pa�ses, como a �ndia, passam pelas mesmas dificuldades, em que as reformas da presidente t�m sido impedidas pelo parlamento." Ele afirmou que as pol�ticas para conter a crise de 2008 foram levadas para um caminho "distorcido", mas elogiou o esfor�o do Pa�s em tornar seu sistema pol�tico mais limpo.