S�o Paulo, 09 - O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tony Volpon, afirmou que um dos fatores que o levaram a votar pelo aumento de 0,50 ponto porcentual da Selic na reuni�o passada do Copom foi que "a infla��o est� vindo acima do esperado." Ele avaliou que a alta de 1,01% do IPCA de novembro foi "mais um dado que veio acima do esperado", acrescentando que "isso � ruim".
Volpon afirmou ainda que a "pol�tica monet�ria continua potente e ativa". O coment�rio representa um contraponto � posi��o de uma parcela de analistas e economistas de que h� domin�ncia fiscal no Brasil, o que tornaria in�cua qualquer a��o do BC sobre os juros. "Acho que estamos demonstrando que tanto eu, como o resto do Copom, que, se for necess�rio, temos a capacidade de fazer mais", destacou.
"Temos que trabalhar para assegurar com boa margem de confian�a que a infla��o cai dos patamares atuais", disse Volpon. "Votei por aumento de juros na ultima reuni�o, n�o porque n�o acredito nas proje��es do pr�prio banco (BC), de que esta queda vai ocorrer a partir de 2016, mas por uma quest�o de aumentar a confian�a nessa proje��o", disse.
Segundo ele, "um ajuste na taxa Selic naquele momento" poderia tamb�m ser oportuno para iniciar um processo de redu��o de expectativas de infla��o dentro do horizonte relevante da pol�tica monet�ria. No �ltimo encontro do Copom, no fim de novembro, Volpon votou pela eleva��o da Selic em 0,50 ponto porcentual. No entanto, foi voto vencido e a taxa b�sica permaneceu em 14,25% ao ano.
2016
O diretor de Assuntos Internacionais do BC afirmou tamb�m aguardar que o IPCA comece a baixar a partir do inicio de 2016, o que reduzir� as expectativas para a infla��o de agentes econ�micos. "A infla��o � muito autorregressiva. A infla��o alta hoje normalmente leva a infla��o mais alta amanh�. Tamb�m tem esse efeito estat�stico para os pr�ximos meses", destacou. "Mas espero que na medida em que a gente entre em 2016 e a infla��o comece a cair, por essa mesma l�gica, a infla��o comece a ceder."
Por outro lado, Volpon disse que n�o tem nenhuma decis�o sobre uma eventual libera��o de compuls�rios de bancos pelo BC para estimular a concess�o de cr�dito e a economia.
Incertezas
Ao ser questionado se as indefini��es pol�ticas podem atrapalhar de alguma maneira as pr�ximas decis�es do Copom, Volpon disse que "toda a incerteza � ruim para a economia" e n�o s� para o Banco Central. "Eu espero nos pr�ximos meses, talvez n�o agora, at� pelos eventos que est�o ocorrendo, ver uma queda importante na incerteza", disse. "Acho que isso vai ajudar tanto o Banco Central, como a infla��o, como a atividade econ�mica."
Volpon apontou de forma ampla que a redu��o relevante de incertezas vai ocorrer porque "h� d�vidas no cen�rio que se resolvem ao longo do tempo. Refiro-me � incerteza como um todo", destacou. "Incertezas t�m v�rias fontes. Tem incerteza externa, temos uma decis�o do Fed semana que vem", exemplificou.