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Estado de Minas

Infla��o oficial rompe barreira dos dois d�gitos

IPCA acelera 1,01% em novembro e taxa acumulada � de 10,48% em 12 meses, a maior desde 2003. Alimentos e combust�veis engordam o drag�o, que no ano tem avan�o mais alto em 13 anos


postado em 10/12/2015 00:12 / atualizado em 10/12/2015 07:30

Sob influ�ncia de produtos aliment�cios e combust�veis, a infla��o oficial voltou a acelerar em novembro. O �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) avan�ou 1,01% no per�odo em rela��o a outubro. A taxa � a mais alta para o m�s desde 2002. O reajuste da gasolina teve impacto de 0,13 ponto percentual sobre o total. A soma dos grupos alimentos e bebidas e transportes correspondeu a quase dois ter�os do indicador mensal. Com isso, a infla��o medida pelo IBGE ultrapassou os dois d�gitos no acumulado em 12 meses, atingindo 10,48% no ciclo. A marca n�o era rompida h� 12 anos, desde novembro de 2003. O resultado do acumulado de janeiro a novembro, de 9,62%, tamb�m foi o mais alto desde 2002.


A taxa registrada para o m�s passado � quase duas vezes maior que a verificada em novembro do ano passado (0,51%). Para o IPCA ficar abaixo de dois d�gitos, a infla��o do m�s que vem precisa ser inferior a 0,37% neste m�s, muito abaixo da varia��o de dezembro do ano passado (0,78%). De qualquer forma, o �ndice ficar� acima do teto da meta inflacion�ria, de 6,5% ao ano.


Em 12 meses, encerrados em novembro, tr�s categorias correspondem a 51,34% da varia��o do per�odo (10,48%): alimentos (27,39%), energia el�trica (14,41%) e combust�veis (9,54%). “A taxa desse ano carrega v�rios reajustes de itens importantes no or�amento, todas as contas que pesam muito no bolso das fam�lias: energia, �gua e esgoto, que ficaram represadas durante muitos anos, correndo abaixo da infla��o. Neste ano, tivemos forte press�o do c�mbio”, afirma a coordenadora de �ndices de Pre�os ao Consumidor do IBGE, Eulina Nunes. Segundo ela, apesar do forte avan�o, o quadro atual n�o � compar�vel � �poca da hiperinfla��o. “Naquela �poca n�o havia par�metro de pre�os. Aumentava v�rias vezes por dia. Voc� n�o conseguia nem explicar de onde vinha a infla��o. Agora a gente domina os resultados, a gente sabe o que est� acontecendo", afirma.

Entre os pre�os administrados com a alta recente est�o o botij�o de g�s, que, em outubro e novembro, variou 3,27% e 0,81%, respectivamente. A gasolina teve eleva��o de 5,05% em outubro e de 3,21% em novembro, o que influenciou tamb�m no etanol. O pre�o do combust�vel verde teve reajuste logo depois de a Petrobras elevar o do derivado de petr�leo, que, entre dezembro do ano passado e novembro, acumula alta de 19,33%. Nos �ndices dos dois �ltimos meses, a gasolina contribuiu com 0,19 e 0,13 ponto percentual. Em 12 meses, a energia el�trica residencial acumula alta de 51,27% no pa�s, enquanto a taxa de �gua e esgoto subiu 14,78% no per�odo. Outro importante item administrado, os planos de sa�de oscilaram 11,83%.

O coordenador do curso de economia do Ibmec, M�rcio Salvato, avalia que o aumento da infla��o est� atrelado “ao represamento de pre�os administrados” nos �ltimos anos. Segundo ele, o governo federal tomou uma decis�o “equivocada” ao segurar os pre�os. “No curto prazo, parecia que estava tudo bem, mas no longo prazo vem a situa��o real. O custo social para controlar a infla��o de custo � muito maior”, afirma o professor.

Associado ao aumento destes pre�os est� o aumento de alimentos, induzido pelo aumento do custo de produ��o. Outros impactos tamb�m consider�veis contribuem para a escalada dos pre�os dos alimentos, como a seca prolongada no primeiro semestre e a desvaloriza��o do real ante o d�lar principalmente no segundo semestre. E acrescenta: “A alimenta��o tem v�rios fatores. Por exemplo, o pa�s voltou a exportar carne, o que afeta o mercado interno”. O avan�o do �ndice referente a alimentos em 12 meses est� associado a importantes produtos, como batata-inglesa (47,55%), cebola (48,02%), alho (48,59%), tomate (24,08%) e feij�o (37,2%).

CESTA B�SICA

Em novembro, segundo o Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese), a cesta b�sica de alimentos teve alta nas 18 capitais pesquisadas. As maiores eleva��es foram registradas em Bras�lia (9,22%), Campo Grande (8,66%) e Salvador (8,53%). Em 12 meses, o pacote de produtos registra aumento de at� 26,4% (Salvador).

Entre as 13 regi�es pesquisadas, sete delas apresentam infla��o superior a dois d�gitos em 12 meses. A mais alta � anotada em Curitiba (12,24%). A Grande BH apresenta a varia��o mais baixa no per�odo. Na regi�o, os grupos com maior varia��o foram habita��o (15,3%), transportes (9,69%), educa��o (9,28%) e alimenta��o e bebidas (9,01%). Dentro do grupo com maior varia��o, est�o alguns itens importantes, como taxa de �gua e esgoto (15,04%) e encargos e manuten��o (7,94%). Em novembro, voltou a pesar sobre a infla��o o �nibus urbano (8,63%). Detalhe: pelo contrato da BHTrans com as empresas de �nibus, novo reajuste est� previsto para este ano.

 

Voc� se lembra?

"Tenho certeza de que a infla��o est� controlada. Eu considero muito grave a proposta do PSDB de 3% de taxa de infla��o. Para ter isso voc� vai triplicar o desemprego e elevar a taxa de juros"

 

Dilma Rousseff,
presidente, em outubro de 2014, durante a campanha eleitoral


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