S�o Paulo - A press�o em gastos escolares no �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) na segunda leitura de janeiro, de 3,06%, pode duplicar e fechar 2016 com uma taxa superior � de 10,53% apurada no IPC-S fechado de 2015, avaliou nesta segunda-feira, 18, o economista Andr� Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Funda��o Getulio Vargas (FGV). A maior influ�ncia foi registrada em mensalidades do ensino b�sico e fundamental, cujas taxas ficaram na faixa de 5% e 6%, respectivamente. J� as do ensino superior ficou perto de 4%.
Ainda que a recess�o econ�mica seja um inibidor para os repasses de aumento de custos, os reajustes acompanham a infla��o elevada do ano passado e acontecem pois, de certa, forma, � um tipo de servi�o em que o consumidor tentar manter a fidelidade, explicou. "Ensino de curso m�dio e fundamental � um pouco mais r�gido. J� nas faculdades, cujas mensalidades subiram um pouco menos, n�o h� muita fidelidade", disse.
A alta m�dia de 5% nas mensalidades do ensino m�dio, fundamental e superior foi respons�vel por 70% da varia��o de 3,06% do grupo Educa��o, Leitura e Recrea��o - a maior apurada no IPC-S de 1,30% da segunda leitura do m�s, ante 0,99% na primeira. Os outros 30% restantes foram decompostos em leitura e recrea��o, conforme o economista. Se n�o fosse a varia��o de 3,06% do grupo, o IPC-S seria de 1,16%, e n�o de 1,30%, contou.
No segmento de recrea��o, Braz citou os avan�os em salas de espet�culo (de 0,61% para 1,41%), cinema (de 0,60% para 0,90%) e teatro (de 1,13% para 1,39%). "Est�o captando um pouco da infla��o passada. Parece que o desemprego ainda n�o bateu fortemente no or�amento das fam�lias. Ainda tem uma parcela que, mesmo desempregada, ainda est� recebendo seguro-desemprego, e isso pode estar dando certo f�lego aos pre�os", afirmou.
Sozinho, o grupo Educa��o, Leitura e Recrea��o todo foi respons�vel por 18% da alta de 1,30% do IPC-S do per�odo, de acordo com a FGV. Al�m dessa classe de despesa, Braz citou Alimenta��o, cuja varia��o saiu de 1,92% na primeira leitura do m�s para 2,19% na segunda quadrissemana - �ltimos 30 dias terminados na sexta-feira, 15, - e representou 43% do resultado do IPC-S do per�odo.
O segmento de produtos in natura, especialmente hortali�as e legumes (de 10,53% para 15,45%), foi a que mais pressionou o grupo Alimenta��o na segunda medi��o de janeiro, devido ao excesso de chuvas em algumas regi�es produtoras do Pa�s, de acordo com o economista. Produtos como tomate (25,13%), cebola (24,72%), cenoura (34,02%), batata (6,12%) e alface (3,21%) foram os que mais empurraram o conjunto de pre�os de alimentos para cima, disse. Ele ainda mencionou o encarecimento de itens aliment�cios como feij�o preto (3,63%), arroz (1,77%), feij�o carioca (9,38%) e carne bovina (1,26%). "Todos com alta acima de 1%. Ou seja, n�o s�o s� os in natura", ponderou.
A despeito das fortes press�es no IPC-S da segunda quadrissemana, o economista da FGV considerou que s�o altas j� esperadas, que est�o dentro da sazonalidade. Por isso, manteve a expectativa de IPC-S em torno de 1,80% no fim deste m�s. "O �nico que foi fugiu (do fator sazonal) foi o grupo Transportes, por causa dos reajustes em tarifa de �nibus urbano (de 1,30% para 2,86%) em quatro cidades importantes: Rio, S�o Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Outras tamb�m devem promover aumentos, mesmo sendo ano eleitoral. A infla��o elevada do ano passado for�ou o repasse", concluiu.