S�o Paulo – Afetada pela crise pol�tica, por problemas gerenciais e pela queda dos pre�os do petr�leo no mundo, a Petrobras perdeu 85,55% do seu valor de mercado, entre o pre�o m�ximo hist�rico, de R$ 510,3 bilh�es em 21 de maio de 2008, e o de segunda-feira, de R$ 73,7 bilh�es. A dr�stica mudan�a de avalia��o da companhia foi apurada em levantamento divulgado ontem pela empresa de informa��es financeiras Economatica. Foi a maior perda em termos nominais entre as 57 empresas que comp�em o principal �ndice da BM&FBovespa, o Ibovespa.
A Petrobras encolheu R$ 436,6 bilh�es em termos nominais. A vice-l�der do processo de derretimento das a��es foi a mineradora Vale, destacada entre um grupo de 28 companhias que comp�em o Ibovespa as quais perderam mais de 50% do seu valor de mercado desde as m�ximas hist�ricas at� o preg�o de segunda-feira. De acordo com a Economatica, a Gerdau Metal�rgica (GOAU4) � a companhia que teve maior percentual de queda.
Entre a sua m�xima hist�rica – em 9 de junho de 2008, a companhia era avaliada por R$ 23,3 bilh�es – e segunda-feira, as perdas foram de 95,77%, para R$ 988 milh�es. Da perda do valor de mercado da Gerdau Metal�rgica, 90,5% ocorreram do fim de 2010 at� o preg�o de segunda-feira. Ainda no levantamento da Economatica, a Vale enfrente perda de R$ 233 bilh�es, s� do dia 31 de dezembro de 2010 � �ltima segunda-feira, quer dizer 84,73% do seu valor de mercado.
A rea��o do mercado financeiro, ontem, foi imediata �s declara��es do presidente do BC, Alexandre Tombini, com a curva de juros seguindo caminho oposto ao que vinha apontando at� a v�spera. Os vencimentos mais curtos dos contratos de Dep�sito Interfinanceiro (DI) passaram a cair, se ajustando a um aumento de 0,25 ponto percentual. Em contraposi��o, os vencimentos longos passaram a subir, indicando aumento da percep��o de risco do Brasil – ou menor credibilidade do Banco Central.
Al�m do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), que revisou a queda do PIB brasileiro, duas ag�ncias de classifica��o de risco se manifestaram hoje sobre as perspectivas para a economia brasileira. A Fitch Ratings afirmou em relat�rio que a recess�o econ�mica brasileira pode ser mais profunda e prolongada do que anteriormente previsto. A Standard & Poor's foi na mesma dire��o e disse que o Brasil deve continuar sendo afetado por esc�ndalos pol�ticos e uma recess�o em 2016. A previs�o da S&P � que no Pa�s e em outras na��es da Am�rica Latina, como a Venezuela, o conturbado cen�rio pol�tico dom�stico seja um fator que v� pesar, este ano, na avalia��o do rating soberano.
D�lar e bolsa em alta
O d�lar voltou a ganhar for�a frente ao real e encerrou o preg�o de ontem cotado a R$ 4,0549, com valoriza��o de 0,51%. A alta foi atribu�da essencialmente a Tombini, que alterou abruptamente as proje��es do mercado para os juros da economia, ao comentar proje��es mais pessimistas do FMI para o Brasil. A Bovespa ignorou a nota do BC, comentando as novas proje��es para o crescimento do Brasil e do mundo e trabalhou o dia todo em alta. As a��es ordin�rias da Vale (ON) subiram 3,26%, Vale PNA, 1,29%, mas os papeis com direito a voto da Petrobras (ON) cederam 2,38%, enquanto as ��es ordin�rias se desvalorizaram 2,92%.
Na reta final da sess�o, no entanto, a virada para o vermelho das bolsas norte-americanas fez com que o mercado brasileiro desacelerasse. O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,32%, aos 38.057,01 pontos. Na m�nima, marcou 37.941 pontos, ficando praticamente est�vel, e na na m�xima foi a 38.857 pontos, com varia��o de 2,42%. No m�s, acumula perda de 12,21%. O giro financeiro totalizou R$ 4,112 bilh�es.