Para Juc�, BC exorbitou de suas atribui��es ao responder previs�es do FMI

O senador Romero Juc� (PMDB-RR) afirmou nesta quarta-feira que o Banco Central exorbitou de suas atribui��es ao responder, por meio de nota, a relat�rio divulgado pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI) que revisou negativamente as previs�es sobre a economia brasileira este ano e em 2017. Para Juc�, a nota assinada pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, � "desnecess�ria", mas ressalvou n�o ser o caso de ele ir ao Senado se explicar.

Tombini divulgou na manh� de ter�a-feira nota em que considerava "significativa" a revis�o para o PIB do Brasil feita pelo FMI. Este ano, a previs�o de retra��o econ�mica do fundo subiu de 1% para 3,5% e, em 2017, em vez de um aumento de 2,3%, haver� estagna��o. A autoridade monet�ria disse ainda que a manifesta��o do Fundo seria levada em considera��o pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), que desde ontem se re�ne para definir a nova Selic - o �ndice, atualmente em 14,25%, ser� divulgado hoje mais tarde.

"A nota do Tombini � desnecess�ria. Quem, em tese, tem que responder ao FMI � o Minist�rio da Fazenda ou o governo", disse Juc� � reportagem. "Ele quis ajudar, mas se exp�s sem necessidade".

Juc�, que � economista e um dos mais influentes para a �rea econ�mica do Congresso, lembrou que n�o houve, da parte do FMI, qualquer coment�rio espec�fico sobre pol�tica monet�ria, atribui��o direta do BC. Se isso tivesse ocorrido, avaliou, a� sim o banco poderia responder. O senador disse que, apesar da "boa inten��o" de Tombini com o comunicado, o BC n�o tem que antecipar o debate de juros �s v�speras do Copom - a nota foi divulgada pouco antes do in�cio da reuni�o do colegiado. Embora n�o haja qualquer veda��o legal para essa pr�tica, a nota embaralhou as apostas para a decis�o da pol�tica monet�ria.

Mesmo com as cr�ticas � atua��o do presidente do BC, o senador afirmou que n�o � necess�rio ele comparecer ao Senado para se explicar. Juc� disse que, com a manifesta��o, qualquer que seja a decis�o a ser tomada pela autoridade monet�ria - se aumento de 0,5 ou 0,25 ponto porcentual ou ainda manuten��o da taxa - ser� alvo de cr�ticas. Ele n�o quis opinar sobre qual deve ser o caminho adotado nesta quarta-feira.

Para o peemedebista, mais importante do que o resultado do Copom de hoje � o governo buscar sa�das para as crises conjuntural e estrutural pelas quais o Pa�s passa. Ele defendeu que o Executivo precisa, primeiro, fazer um ajuste fiscal de forma a criar condi��es para redu��o dos juros. "O cidad�o n�o aguenta mais essa taxa de juros", disse.