
A forte queda de valor das a��es da Petrobras pode fazer as m�os de muitos pequenos investidores co�arem. Contudo, analistas de mercado t�m sido un�nimes (ou quase isso) em dizer aos iniciantes para n�o adquirir pap�is da companhia em meio � atual turbul�ncia. O gerente de Research da Gradual Investimentos, Gesley Henrique, � enf�tico na recomenda��o. A �nica sa�da que ele v� para o atual n�vel de endividamento da companhia � uma capitaliza��o, o que resultaria em desvaloriza��o ainda mais acentuada dos pap�is.
“N�o pode ser uma capitaliza��o pequena. Tem que trazer a d�vida para um n�vel aceit�vel”, afirma Gesley Henrique. Com isso, a recomenda��o da corretora para os que permanecem com os pap�is � de venda. “Mesmo com as perdas”, diz o especialista. “N�o vejo gatilho no curto prazo”, diz. Sobre os investidores que j� t�m a��es, o caminho � bem diferente do quase consenso relacionado aos novos investidores. “A recomenda��o para quem j� tem � manter”, diz sucinto o analista da Rico Corretora, Roberto Indech. Apesar da cren�a de que � imposs�vel saber se as a��es j� atingiram o m�nimo – o que refor�a a recomenda��o para n�o investir nos pap�is da companhia –, ele afirma que, caso haja uma invers�o de sentido na cota��o das a��es da Petrobras no curto ou m�dio prazo, o pequeno investidor teria assumido perdas desnecess�rias.
Nesse sentido, tr�s quest�es s�o vistas pelo analista como poss�veis chaves para mudar o sentido dos rumos das a��es: um aumento do valor dos desinvestimentos anunciados pela estatal; uma reuni�o da Organiza��o dos Pa�ses Exportadores de Petr�leo (Opep) para reduzir a produ��o; e mudan�a na Presid�ncia da Rep�blica. Ele ressalta, no entanto, acreditar apenas que a segunda hip�tese se concretize neste ano.
O mercado financeiro � regido por uma lei segundo a qual o momento ideal para investir � quando os pap�is estiverem na “bacia das almas”, enquanto na euforia � hora de vender, afirma o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo. O por�m, diz ele, � que ningu�m nunca sabe identificar o timing correto. Ou seja, o ponto-chave � perceber se as a��es j� chegaram na m�nima ou se podem enfrentar nova onda de desvaloriza��o. Outra quest�o � saber se haver� a recupera��o dos pap�is e em quanto tempo isso se daria.
No caso da Petrobras, diz ele, al�m da influ�ncia consider�vel da queda do pre�o do barril de petr�leo no mercado internacional, outros fatores devem ser observados. O principal � o atual patamar de endividamento da estatal brasileira. O n�vel da d�vida limita as a��es da diretoria da empresa. “O maior problema hoje � a d�vida da companhia. Isso nos remete a n�o recomendar os pap�is enquanto houver inger�ncia do governo e a d�vida estiver alta”, afirma Figueredo. O analista da Clear Corretora ressalta que, em busca da retomada da confian�a, a Petrobras tem adotado postura de corrigir os rumos de sua gest�o, mas o resgate da credibilidade leva tempo.
NO CAMINHO DO PETR�LEO Neste ano, os pap�is preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras j� perderam mais de 34% de seu valor. As a��es fecharam 2015 cotadas a R$ 6,70. No quarto dia consecutivo de baixa, a cota��o das preferenciais PETR4 encerraram o preg�o de quarta-feira cotadas a R$ 4,43. Apenas naquele dia, o recuo foi de quase 5%. Ou seja, com o valor da a��o no n�vel mais alto da s�rie hist�rica (2008), seria poss�vel comprar 12 Petrobras PN no atual patamar. Cotadas a R$ 4,41 na sexta-feira, elas sofreram desvaloriza��o de 2%.
A Petrobras PN foi tamb�m a a��o mais negociada na bolsa na sexta-feira, com um volume de 63.312 neg�cios, que movimentaram R$ 461,8 milh�es. Segundo a empresa de informa��es financeiras Economatica, a Petrobras lidera as perdas nominais entre as 57 empresas que comp�em o Ibovespa, indicador dos pap�is mais negociados.
Em 21 de maio de 2008, a estatal atingiu seu maior valor de mercado: R$ 510,3 bilh�es. A a��o ordin�ria da companhia (com direito a voto) chegou a R$ 62,30 (as preferenciais a R$ 52,51). Na segunda-feira, o valor era de R$ 73,7 bilh�es. Ou seja, teve desvaloriza��o de 85,5% sob influ�ncia do recuo nos pre�os do petr�leo e dos efeitos da opera��o Lava-Jato, aliados a problemas gerenciais. Entre os fatores externos com impacto sobre o pre�o do barril do petr�leo est� a desacelera��o da China.
A avalia��o do professor da FGV/EAESP, Rafael Schiozer, ex-integrante do Centro de Estudos do Petr�leo, onde prestava consultoria para a Petrobras, � de que h� um “p�nico exagerado” com a redu��o do crescimento chin�s. “N�o vejo um cen�rio t�o dram�tico. O pre�o cai e � natural que alguns campos deixem de produzir. A produ��o vai continuar a crescer, mas num outro patamar”, afirma. Ou seja, o excesso de oferta pode n�o ser t�o grande quanto o avaliado pelo mercado neste momento.