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Estado de Minas

Recess�o profunda leva com�rcio de Belo Horizonte ao desalento

Com queda nas vendas, vitrines escondem lojistas preocupados com contas, dispensando funcion�rios e reduzindo o neg�cio para n�o seguir os passos dos vizinhos que fecharam lojas


postado em 25/01/2016 06:00 / atualizado em 25/01/2016 13:06


“E qual comerciante est� conseguindo dormir nos dias de hoje? “, questiona o dono da empresa Mixcar, especializada em carros usados, �der Eust�quio. Sofrendo com a queda de cerca de 80% nas vendas dos automotivos da sua loja, �der � um dos muitos empres�rios que se frustra a cada venda n�o feita, com a redu��o no quadro de funcion�rios, com a loja vazia e os custos mais altos. O desencanto da categoria j� ultrapassou o caixa, saiu por tr�s do balc�o e virou, a cada dia, a nova companhia dos empres�rios.

E n�o houve um �nico caso. A retra��o econ�mica foi generalizada e atingiu todos os setores do com�rcio em Belo Horizonte em 2015. Os comerciantes n�o s� deixaram de ganhar, mas registraram preju�zos, uma vez que tiveram que colocar em seus neg�cios o pr�prio dinheiro. “Para isso, a maioria pegou empr�stimos em bancos e est� endividada”, adianta o presidente do Sindicato do Com�rcio Lojista de Belo Horizonte (Sindlojas), Nadim Donato. O Sindlojas vai apresentar esta semana pesquisa feita no com�rcio da capital com todos os setores do com�rcio. “N�o houve crescimento em nenhum deles”, antecipa Nadim, definindo os comerciantes atuais como sobreviventes. “Eles n�o t�m como desfazer o neg�cio, n�o t�m como vender, passar o ponto e carregar consigo fam�lias que dependem do seu trabalho”, justifica.

O Estado de Minas percorreu algumas lojas da cidade, onde, em anos anteriores, o com�rcio era pulsante, e ouviu alguns desses “sobreviventes”. Hoje, por tr�s das vitrines, h� lojistas sem dormir, fazendo contas na ponta do l�pis, e ouvindo o “fechar de portas” dos vizinhos ao lado. Apesar da preocupa��o com o bom atendimento como forma de segurar a clientela que n�o quer gastar e na tentativa de n�o mostrar a ela o quanto est�o preocupados, a realidade escancara o desalento dos empres�rios.

“O ano de 2015 foi marcado por quedas nas vendas durante todos os meses e isso refletiu em um des�nimo e uma falta de confian�a no cen�rio pol�tico e econ�mico no pa�s”, comenta a economista da C�mara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) Ana Paula Bastos. Segundo ela, os micro e pequenos empres�rios, que est�o sentindo mais a crise econ�mica, n�o est�o vendo o capital entrar no caixa. “Sem lucros, muitos est�o �s voltas com a redu��o do seu quadro de funcion�rios e vendo a clientela perder o seu poder de compra. Somado a isso, eles n�o t�m confian�a no futuro, e est�o travados”, afirma Bastos, que diz que o impacto psicol�gico que a retra��o tem causado na categoria � grande e preocupante.

No s�bado retrasado, pela primeira vez na hist�ria do empres�rio M�rcio Ernesto Soares e da sua mulher, Sirlei Maria, n�o houve vendas. “Trabalhamos normalmente, e n�o vendemos. Nunca passamos por uma experi�ncia assim”, lamenta M�rcio. H� 10 anos, ele e Sirlei est�o na Savassi com a loja Mais Teen. Bem localizada, no cora��o da regi�o, entre a Rua Alagoas e a Avenida Get�lio Vargas, eles cresceram o neg�cio h� dois anos, mudando para uma loja com 50 metros quadrados. Mas veio 2015, eles n�o contrataram funcion�rios e se mantiverem no atendimento.“Com a baixa nas vendas, custo alto do aluguel, alta nas contas de energia, diminu�mos nosso universo. E voltamos para o espa�o de 25 metros quadrados”, conta Soares.

Assim, o casal passou a vender somente roupas femininas e, mesmo assim, o movimento n�o vai bem. “Em 2015, tivemos uma queda de 50% nas nossas vendas. E janeiro, ainda que seja um m�s tradicionalmente ruim de vendas, est� ainda pior”, comenta Soares, que diz n�o ter nem mais estoque de seus produtos. “N�o pensamos em sair daqui”, garante, esperando dos �rg�os p�blicos um maior investimento na regi�o como forma de atrair a clientela. “Era preciso estacionamento para os clientes, estamos disputando com os shoppings”, diz.


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