A maioria dos membros do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC) considerou que a recente eleva��o das incertezas internas e, principalmente, externas justifica continuar monitorando a evolu��o do cen�rio macroecon�mico para definir os pr�ximos passos na estrat�gia de pol�tica monet�ria (defini��o da taxa b�sica de juros, a Selic). A informa��o consta da ata da �ltima reuni�o do Copom, divulgada hoje pelo BC. No �ltimo dia 20, por seis votos a dois, o comit� decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ao ano.
Uma das incertezas citadas pelo Copom est� relacionada � velocidade do processo de recupera��o dos resultados fiscais. O BC tamb�m considerou que o processo de realinhamento de pre�os relativos “mostrou-se mais demorado e mais intenso que o previsto”. Al�m disso, a ata cita "as incertezas em rela��o ao cen�rio externo [que] se ampliaram, com destaque para a crescente preocupa��o com o desempenho da economia chinesa e seus desdobramentos e com a evolu��o de pre�os no mercado de petr�leo”.
Para os seis membros do Copom que votaram pela manuten��o da Selic � necess�rio “acompanhar os impactos das recentes mudan�as" nos ambientes dom�stico e externo no balan�o de riscos para a infla��o, o que, combinado com os ajustes j� implementados na pol�tica monet�ria [eleva��es da Selic], pode fortalecer o cen�rio de converg�ncia da infla��o para a meta de 4,5%, em 2017”.
Na opini�o dos dois diretores que votaram pelo aumento da Selic em 0,5 ponto percentual “seria oportuno ajustar, de imediato, as condi��es monet�rias, de modo a reduzir os riscos de n�o cumprimento dos objetivos do regime de metas para a infla��o e refor�ar o processo de ancoragem das expectativas inflacion�rias”.
Votaram pela manuten��o da taxa Selic o presidente do BC, Alexandre Tombini, e cinco diretores: Aldo Luiz Mendes (Pol�tica Monet�ria), Altamir Lopes (Administra��o), Anthero Meirelles (Fiscaliza��o), Luiz Edson Feltrim (Relacionamento Institucional e Cidadania) e Ot�vio Damaso (Regula��o). Os diretores Sidnei Marques (Organiza��o do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) votaram pela eleva��o da Selic em 0,5 ponto percentual.
A �ltima reuni�o do Copom foi cercada de pol�mica. No primeiro dia de reuni�o (19), Tombini decidiu divulgar coment�rio sobre as revis�es de proje��es do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) para a economia brasileira. Em nota, ele disse que as revis�es das proje��es foram significativas e seriam consideradas na decis�o do Copom. O FMI aumentou a proje��o de queda da economia brasileira, este ano, de 1% para 3,5%. Em 2017, a expectativa � de estabilidade, com estimativa de crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB), contra a expectativa de crescimento de 2,3%, divulgada em outubro do ano passado.
A fala do presidente do BC em dia de reuni�o do Copom � incomum e indicou uma mudan�a de dire��o em rela��o � Selic. Com isso, os analistas, que esperavam aumento de 0,5 ponto percentual na taxa b�sica de juros, mudaram as apostas para alta de 0,25 ponto percentual ou estabilidade da Selic. Analistas criticaram a comunica��o do BC que, anteriormente, informou que adotaria as medidas necess�rias para controlar a infla��o, ou seja, elevar a Selic. Para alguns analistas, o BC estaria cedendo a press�es ao mudar a comunica��o e tomar a decis�o de manter a Selic em 14,25% ao ano.