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Estado de Minas

Infla��o em alta sacrifica popula��o pobre


postado em 21/02/2016 06:00 / atualizado em 21/02/2016 08:18

A estabilidade de pre�os que vigora no pa�s desde o fim da hiperinfla��o provocou mudan�as profundas nos h�bitos de consumo das fam�lias. Sem o fantasma das maquininhas de remarca��o de pre�os e com uma moeda forte, as pessoas passaram a fazer compras mais frequentes, pois os sal�rios pararam de perder valor sistematicamente, como antes, para a infla��o. Com a alta recente do custo de vida, o consumidor volta a se preocupar. “Hoje, a situa��o � dram�tica”, afirma a aposentada Elizabeth Fernandes, de 77 anos.

“Para comprar tudo o que preciso, preciso de R$ 1 mil. H� um ano, gastava cerca de R$ 500”, diz Elizabeth. A aposentada ressalta que, mesmo cortando alguns itens do carrinho, as compras do m�s abocanham 33% da renda familiar. “Por isso, assim que recebo minha aposentadoria, pago as as contas b�sicas de casa, como �gua e luz, e corro ao supermercado para comprar tudo o que for essencial”, afirma.

Para o economista-s�nior da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), F�bio Bentes, como as fam�lias est�o muito endividadas, faz sentido que elas tentem preservar o poder de compra com a aquisi��o de bens essenciais em quantidade maior para guardar em casa. A infla��o alta distorce toda a economia, torna a vida das fam�lias muito dif�cil, sobretudo a dos mais pobres, que n�o t�m para onde correr.

A diarista Selma de Jesus, 38, segue a mesma cartilha. “Desde que passei a estocar mercadorias, consegui economizar”, observa. Ela destaca que j� conversou com os dois filhos. “Carnes, s� compramos uma vez por semana. Agora, ser� arroz, feij�o, ovo e salada. � o que a minha renda comporta.” Os volumes de compras do m�s j� n�o variam muito de uma regi�o para a outra, segundo o gerente de supermercados Givanildo de Aguiar.

Lojas situadas em bairros de classe m�dia registram entre 58% e 63% do faturamento mensal na primeira quinzena do m�s. Nos estabelecimentos em �reas mais pobres, a propor��o varia entre 60% e 65%. “As pessoas t�m reclamado muito dos reajustes, especialmente dos produtos importados ou que t�m insumos cotados em d�lar”, ressalta.

Na opini�o de Givanildo de Aguiar, a retomada de velhos h�bitos da infla��o � ruim, porque mostra que as pessoas est�o perdendo a confian�a na capacidade do governo de manter a casa em ordem. “Quando as compras do m�s acabam antes do planejado, � um transtorno. H� dias em que tenho que esperar meus filhos se alimentarem para ver se sobrar� alguma coisa para mim e para o meu marido”, relata a catadora de lixo Maria Jos� de Jesus, 34.

“E pensar que, at� alguns anos atr�s, mesmo ganhando pouco, sobrava um dinheirinho para comprar uma ou outra coisa diferente. Hoje, se desviar do caminho, ficamos se comida”, acrescenta. Maria Jos� n�o esconde o desejo de voltar no tempo, quando ainda tinha esperan�as de melhorar a situa��o da fam�lia. “Agora, a �nica coisa que nos resta � desilus�o”, reclama.


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