S�o Paulo, 24 - A ag�ncia de classifica��o de risco Moody's afirmou, no comunicado que anuncia o rebaixamento do Brasil em dois graus, de Baa3 para Ba2, com perspectiva negativa, que a consolida��o fiscal ser� lenta e o crescimento econ�mico do Pa�s "an�mico", nos pr�ximos dois a tr�s anos. A ag�ncia prev� que o perfil do cr�dito piorar� mais, nesse per�odo. "A perspectiva negativa reflete a incerteza em rela��o � intera��o entre as din�micas pol�tica, econ�mica e financeira no Brasil e em consequ�ncia o potencial para a materializa��o de mais choques, o que iria colocar mais press�o para baixo sobre o perfil do cr�dito soberano", afirma a institui��o no texto.
A ag�ncia prev� que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registre contra��o de 0,5% ao longo do per�odo entre 2016 e 2018, em m�dia. Al�m disso, espera que a taxa de juros permane�a elevada em termos reais, o que contribui para as dificuldades para lidar com a d�vida, "com pagamentos de juros que representam mais de 20% da receita do governo".
A Moody's diz que choques adicionais podem estar relacionados ao impacto do sentimento do investidor sobre a recupera��o no crescimento, aos eventos pol�ticos - que reduzem ainda mais a capacidade de o governo avan�ar para fazer reformas estruturais -, e � cristaliza��o de passivos continentes no balan�o do governo. O aumento na d�vida do governo reflete em parte o progresso lento esperado para se chegar a uma consolida��o fiscal significativa. A Moody's afirma que, para lidar com os desafios fiscais, � preciso vontade pol�tica "significativa" e um consenso para reverter a tend�ncia de alta no gasto p�blico para estabilizar a trajet�ria da d�vida.
A ag�ncia lembra que o governo busca ganhar o apoio do Congresso para reformas importantes, entre elas a da Previd�ncia, com a eleva��o da idade m�nima para a aposentadoria, e elevar a flexibilidade fiscal, al�m de reduzir o montante destinado a alguma aloca��o espec�fica. A Moody's diz que isso � um fato positivo, mas a aprova��o no Legislativo � dif�cil, diante do "apoio limitado" ao governo no Congresso e dos desafios para a presidente Dilma Rousseff. "E o apoio pol�tico fraco � presidente e � sua administra��o oferecem pouca perspectiva de reformas mais abrangentes no horizonte do rating", diz a empresa no texto.
Segundo a Moody's, uma eleva��o de rating no curto prazo � muito improv�vel dada a perspectiva negativa e a deteriora��o nas m�tricas da d�vida esperadas ao longo do horizonte.
No entanto, uma press�o positiva sobre o rating poderia surgir se as autoridades forem capazes de corrigir os desequil�brios estruturais que levaram a uma deteriora��o fiscal persistente e ao ac�mulo da d�vida soberana. "Tal resultado provavelmente seria associado a uma melhora nas din�micas pol�ticas que levam � aprova��o das reformas estruturais para reduzir a rigidez or�amental, vincula��o de receita e crescimento obrigat�rio em v�rias categorias de despesas, apesar do baixo n�vel de receitas", destacou a ag�ncia. A redu��o da incerteza sobre a magnitude dos passivos contingentes que migram para balan�o do governo, como provavelmente o da Petrobras, tamb�m poderiam levar a Moody's a estabilizar a perspectiva.
Por outro lado, uma press�o adicional sobre um novo rebaixamento poderia ocorrer se a Moody's chegar � conclus�o de que a deteriora��o nas m�tricas fiscais e da d�vida forem "al�m do nosso cen�rio base e se as autoridades brasileiras n�o forem suscet�veis de alcan�ar a consolida��o or�amental e corrigir os desequil�brios or�amentais estruturais que dificultam a revers�o do ac�mulo da d�vida p�blica".
A ag�ncia aponta que um resultado negativo provavelmente seria associado a um fracasso coletivo por parte do governo e do Congresso para estabelecer uma estabiliza��o cred�vel e agenda de reformas durante o pr�ximo ano, levando a uma maior perda de confian�a dos investidores, a eros�o dos amortecedores externos, e um n�vel elevado de incerteza pol�tica.