As quantidades consumidas de itens b�sicos, como alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza, deram marcha � r� no ano passado e voltaram para os n�veis de 2010. Em 2015, o volume desses itens comprados pelas fam�lias caiu 2% em rela��o ao ano anterior. J� o valor gasto ficou est�vel, o que significa uma queda real de cerca de 10%, considerada a infla��o.
Essa freada interrompeu uma sequ�ncia de crescimento de quantidades consumidas de bens n�o dur�veis que vinha praticamente desde 2008. Em termos de valor, o gasto sempre crescia, ano a ano, na casa de dois d�gitos, lembra Christine. "� medida que o brasileiro ganhava mais, ele gastava mais", observa a especialista, ressaltando que, em 2015, por causa da crise da economia nacional, esse quadro mudou.
Outro dado que confirma esse cen�rio ruim foi o desempenho de vendas dos supermercados em 2015, que ca�ram 1,9%, descontada a infla��o. Foi a primeira retra��o em nove anos.
Para 2016, a tend�ncia do consumo de itens b�sicos n�o deve ser diferente. Em janeiro, as vendas dos supermercados brasileiros recuaram 3,38% ante o mesmo m�s de 2015, j� descontada a infla��o do per�odo, que foi de 1,27%, segundo o �ndice oficial (IPCA). "A queda de vendas de janeiro veio acima do esperado", afirma o presidente do Conselho Consultivo da Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, que atribui o p�ssimo desempenho � alta de pre�os dos alimentos, que ficaram 2,28% mais caros em janeiro. Diante do cen�rio de aumento do desemprego e da infla��o, Honda espera nova retra��o nas vendas este ano entre 1,5% e 2%.
Christine explica que o consumo das fam�lias brasileiras � sustentado pelo trin�mio infla��o, renda e emprego, e que esses tr�s pilares est�o abalados pela crise. Tanto � que a pesquisa da Kantar revela que, em 2015, houve queda nas quantidades compradas de alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza em todos os estratos sociais em rela��o ao ano anterior, exceto entre a popula��o de menor renda, das classes D e E. Essas classes ampliaram os volumes em 1% em rela��o a 2014.