Nova York e Londres - A nomea��o de Luiz In�cio Lula da Silva como ministro sinaliza mudan�as da pol�tica econ�mica para uma dire��o n�o desejada por investidores estrangeiros, segundo analistas. Ainda que a presidente Dilma Rousseff rechace a ideia de guinada, as an�lises s�o de que o governo dever� ser mais proativo no esfor�o de retomar o crescimento com iniciativas criticadas, como aumento dos gastos p�blicos e uso de bancos p�blicos para incentivar o cr�dito. Com isso, h� temor de que reformas prometidas para arrumar a situa��o fiscal sejam engavetadas em Bras�lia.
A percep��o � semelhante na ag�ncia Fitch. A diretora de ratings soberanos para Am�rica Latina, Shelly Shetty, nota que “receios sobre a trajet�ria fiscal v�o continuar prejudicando a confian�a” na economia brasileira. Por isso, a diretora diz que a institui��o continuar� monitorando atentamente os desdobramentos pol�ticos e econ�micos no Brasil.
Entre os itens pol�micos mais citados pelos analistas est�o o incentivo ao cr�dito por meio dos bancos estatais, aumento de gastos em programas simb�licos do governo, como o Bolsa Fam�lia, e a press�o para a redu��o do juro pelo Banco Central em um per�odo em que o governo n�o tem dinheiro em caixa e a infla��o segue muito acima da meta. Se esse tipo de agenda econ�mica for executada, h� o temor de que o governo adie ou mesmo engavete as reformas estruturais, como a da Previd�ncia.
Receita
Ainda que essa poss�vel agenda econ�mica tenha funcionado ap�s o estouro da crise em 2008, o mesmo receitu�rio n�o deve fazer o mesmo efeito em 2016, diz o economista para o Brasil do banco espanhol BBVA, Enestor dos Santos. “Naquela �poca, t�nhamos d�vida p�blica baixa, o governo podia gastar mais, bancos p�blicos tinham posi��o financeira muito melhor e, como a infla��o estava caindo, o BC podia cortar juro. Hoje, est� tudo ao contr�rio.”
Dado o momento de forte incerteza, n�o parece que Lula ter� o mesmo magnetismo que tinha em seus dois mandatos anteriores, avalia o gestor da Janus Capital nos EUA, Dan Raghoonundon. No caso de rumores da troca de comando do BC, o analista avalia que os investidores podem n�o mais estar dispostos a dar o benef�cio da d�vida para um novo presidente escolhido por Lula.